Na semana do seu 75.º aniversário, a Antena 1 homenageia Robert Plant. No especial O Deus que preferiu ser Homem, João Gobern recupera todo o percurso musical e a vida de um modelo eterno para os cantores rock: aquele que permitiu aos Led Zeppelin a liderança do mundo rock, tanto em criatividade como em popularidade, mas apenas durante uma década, tendo recusado colaborar no regresso da banda.
“Fiz parte daqueles que andaram muito tempo a sonhar com o regresso dos Led Zeppelin”, confessa Gobern, “depois de os ter seguido com toda a atenção e muito prazer a partir do terceiro álbum [Led Zeppelin III, 1970]. Se todos os outros voltavam, porque não os Zep?”
A atuação do grupo no Live Aid de 1985, histórica angariação de fundos, deu-lhe a resposta. “Acabei por dar razão às resistências de Plant em ressuscitar um projecto que, se calhar, estava mesmo esgotado, do ponto de vista artístico. Mas, ainda hoje, cumpro, sem periodicidade obrigatória, os meus ‘dias Zeppelin’ e vou descobrindo coisas novas.”
Se O Deus que preferiu ser Homem também revisita os Led Zeppelin, na verdade, o sustentáculo é a obra de Plant em nome próprio. Em Gobern, diz o autor à Antena 1, “instalou-se um profundo respeito por um artista que nunca se cansou de experiências e de aventuras. Umas melhores e outras piores, reconheça-se. Mas estamos perante alguém que se mostrou sempre atento e aberto, aflorando à sua maneira os clássicos, os blues, o R&B, a folk e a country. E os dois discos que assinou com Alison Krauss (e o primeiro foi publicado 28 anos depois do fim dos Zeppelin) são e serão sempre recomendáveis [Raising Sand, 2007 e Raise the Roof, 2021].”
Na pesquisa para este especial, Gobern socorreu-se dos elementos indispensáveis, “ou seja, os discos e as canções”, bem como duas biografias: menos The Voice That Sailed the Zeppelin, de Paul Thompson, e mais Uma vida, de Paul Rees. Na segunda obra, aliás, “é referida é referida uma passagem de uma entrevista de Plant a um português. E isso, claro, é devidamente mencionado no especial, até porque o homem em questão é o muito nosso Álvaro Costa” (uma das vozes da Antena 1, integrante do painel do programa Terra Média e apresentador nas operações especiais dos festivais MED e FMM Sines).
“Das tragédias pessoais aos episódios marcantes ou caricantes do caminho de um ídolo,” promete a sinopse do especial, “sem esquecer os hinos que perduram, quem ouve pode contar com um Plant de corpo inteiro.”