Na ilha de São Jorge, nos Açores, anoitece e amanhece mais cedo nas fajãs. Um oásis de pequenos pedaços de terra à beira-mar, que se formam a partir de desprendimentos das arribas da ilha de São Jorge ou por deltas lávicos, criados quando a lava vulcânica chega ao mar. São pequenas áreas planas, com terrenos férteis e ideais para a agricultura. Elas foram moldando a distribuição da população da ilha de São Jorge e são sinónimo de cultura, economia e identidade.
A Fajã da Caldeira de Santo Cristo é um exemplo notável de uma fajã vibrante. Oferece paisagens verdejantes, cascatas e um ambiente tranquilo aos seus visitantes. São poucos aqueles que ali vivem todo o ano e menos ainda os “fajanenses de gema”. Muitos jorgenses têm ali casas, mas vivem na parte alta e é só ao fim-de-semana ou nas férias que descem a ilha para viver ou tirar sustento da fajã. Quando alguém chega à fajã, ouve a pergunta “como é que o tempo está lá fora?”.
“Lá fora” é a parte alta da ilha, onde o clima é diferente da parte mais baixa, ou seja, da fajã. Presume-se que existam, só em São Jorge, mais de 70 fajãs. São lugares quase mágicos, como se pode ouvir na reportagem “Onde terra e mar se unem” da jornalista Linda Luz, com sonoplastia de Tiago Matias.