A primeira semifinal do Festival da Canção 2024, este sábado (24 fevereiro), contou com as performances de Nena, Perpétua, Mela, Mila Dores, LEFT., Rita Rocha, Noble, João Borsch, iolanda e Bispo. Reveja todos estes momentos abaixo.
Canção n.º 1: Nena, “Teorias da Conspiração”
A participação no Festival da Canção “solidificou um pouco a carreira que tenho vindo a fazer”, disse Nena que trouxe uma canção que descreve como “acolhedora”, para ouvir “à lareira com uma mantinha” – é a sua “canção é amor”. Sublinhou, como destaque do Festival da Canção, a camaradagem e a rede de artistas que tem vindo a conhecer.
A progressão dos ensaios permitiu sofisticar o ritmo das luzes, por exemplo, partindo de “Interstellar”, filme de Christopher Nolan, como inspiração. Recorda o Pavilhão Atlântico, onde vendeu merchandise da Eurovisão em 2018, e como olhava para aquele palco, imaginando-se nele.
Canção n.º 2: Perpétua, “Bem Longe Daqui”
Em palco, os fatos em tons pastel e a projeção com a estética city pop não enganam. Os “coloridos saltitantes” são Perpétua, que veem no Festival uma grande oportunidade para se revelarem ao público. “Às vezes, a grande dificuldade é chegar a mais pessoas (…), está a ser um processo gratificante”, disse o guitarrista Diogo Rocha na conferência de imprensa.
O que mostram no palco é aquilo que são – procuram não desvirtuar a identidade da banda e procuram na música uma possibilidade para crescer. “Ainda não acreditamos bem que isto está a acontecer”, confessa o quarteto da Gafanha da Nazaré, que faz malabarismos entre a música e carreiras distintas no dia-a-dia.
Canção n.º 3: Mela, “Água”
“A água cura todas as feridas. No Funchal, estamos curados porque temos o mar à volta”. É assim que Mela lança o mote para a terceira canção da noite. No palco, rodeia-se de hortênsias, tambores, e dançarinos, tirando inspiração da atuação de “Senhora do Mar”, canção da “arrasadora” Vânia Fernandes.
Participante do “The Voice” em 2016, Mariana Gonçalves regressa aos palcos da RTP com novo nome. Na conferência, sobressai a sua boa-disposição: “bem-vindos à reunião das Nações Unidas”, gracejou, embrulhada numa manta. “Eu nico tudo, até as coisas más”, disse, confessando o olhar atento aos comentários deixados nas redes sociais.
Canção n.º 4: Mila Dores, “Afia a Língua”
Vestida de renda preta, Mila Dores entra em palco só: “pensei numa personagem que engendra e magica coisas num ambiente bastante intimista”. Regressa ao Festival da Canção – interpretou, em 2019 “Debaixo do Luar”, de Rui Maia – com “Afia a Língua”, que “fala e canta alto, para conseguir chegar a todos os lugares”.
É compositora para si e para outros. A canção que traz pretende afastar-se das normas domésticas, simbolizado pela renda preta que traz vestida.
Canção n.º 5: LEFT., “Volto a Ti”
LEFT. é António Graça, compositor, produtor, músico, artista. Descreve “Volto a Ti” como um “hino à nostalgia e à saudade com um toque de liberdade”. Movido a guitarra acústica e arranjo orquestral, em palco LEFT. vai do leito da cama a uma disputa de xadrez. Para ele, o fator narrativo é importante e quer, por isso, descrever cinematograficamente a canção através dos planos e da realização. A canção é uma decisão que tomou no sentido de se “vulnerabilizar e expor algo pessoal”.
Canção n.º 6: Rita Rocha, “Pontos Finais”
Rita Rocha entrou em palco de harpa em riste para tocar “Pontos Finais”, canção-luto pelo fim de uma relação. Procurou uma performance intensa, que fizesse jus à canção, atribuindo “um quarto escuro” o lugar ideal para desfrutar da canção.
Com apenas 17 anos, regressa aos palcos da RTP após passagem pelo “The Voice Kids” em 2021, e vê no Festival da Canção uma oportunidade de ter uma projeção maior: “seria um desperdício não aproveitar esta incrível porta que se abriu”.
Canção n.º 7: Noble, “Memory”
Noble entra sozinho em palco, sem nada que distraia da canção, um one man show. “Memory”, a única canção cantada que inglês é um hino ao amor entre pai e filho. No palco, a única companhia são as molduras vazias, reflexo da ausência de memória, e lâmpadas projetadas como uma “réstia de esperança”.
Sente-se satisfeito com a maneira como tem “tocado algumas pessoas que se têm identificado com a história”, algo que imagina ser amplificado com a presença na TV.
Canção n.º 8: João Borsch, “…pelas costuras”
Um holofote diferente para João Borsch: surge em estilo conferência de imprensa, rodeado por microfones. Luvas vermelhas, fato preto e apontamentos de metal para uma atuação que ecoa os seus inícios na música – ainda em criança, foi baterista de uma banda de trash metal no Funchal.
“Hesitei em aceitar o convite para participar, mas rapidamente percebi que estava sozinho nisso. A receção tem sido incrível. Adaptar a linguagem corporal à televisão, um meio onde eu ainda não me tinha mostrado”, confessou o cantor de 24 anos na conferência de imprensa.
Canção n.º 9: iolanda, “Grito”
iolanda ia submeter uma canção ao Festival, mas foi contactada para compor uma canção antes disso. Surgiu, então, “Grito”, canção com uma “intensidade humana”, algo que nunca tinha feito. Segundo a cantora, foi um processo “inacreditável e duro”, resultado de uma reflexão interior.
Em palco, apresenta-se toda de branco. Juntam-se a ela um grupo de dançarinos encapuzados com véus rendilhados, uma representação visual para o eco do seu grito.
Canção n.º 10: Bispo, “Casa Portuguesa”
“Em palco vou brilhar, haja luz”, promete Bispo no Festival. A estreia do “hip hop tuga” no Festival da Canção deu-se com “Casa Portuguesa”, canção que “investe numa história familiar”. Sentado num fardo de palha – símbolo do peso que levamos ao longo da vida –, e rodeado por elementos típicos de uma casa portuguesa, como a pintura do Menino da Lágrima ou os azulejos, Bispo vê na canção uma oportunidade para agradecer pelo seu privilégio, de que nem todos partilham.
“Nunca ambicionei estar aqui, [mas] vi com muitos bons olhos o convite”, referiu à imprensa presente no evento. Se não fosse pelo Festival, não teria feito uma canção com este título, mas aproveitou o Festival para explorar novos temas.