"A VOZ HUMANA"
O Teatro
Nacional São João apresenta o monólogo de Jean Cocteau, com interpretação de
Emília Silvestre, encenação de Carlos Pimenta e música original dos Dead Combo.
Coprodução com a Temp d’Images, o São Luiz e o Ensemble Sociedade de Atores.
De
18 de Novembro a 4 de Dezembro, no TNSJ
"Ansioso, atribulado e desesperado telefonema de despedida de uma mulher abandonada pelo amante, A Voz Humana é um monólogo traiçoeiramente simples e prosaico. Apupada na estreia, em 1930, a peça de Jean Cocteau
acabou inevitavelmente por encontrar a sua fortuna, ao ser interpretada
por actrizes como Ingrid Bergman, Liv Ullmann e Simone Signoret, e ao
tornar-se, por exemplo, o núcleo sensível de A Lei do Desejo de
Pedro Almodóvar. Parece agora ter chegado o momento de Emília Silvestre
assumir, entre nós, esta mulher que fala ao telefone com um amante
invisível – e inaudível. Um novo teste ao excepcional domínio vocal, ao
apurado sentido de composição e à desenvolta plasticidade da actriz
fundadora do Ensemble, depois dos fulgurantes monólogos e solos que
foram pontuando a sua carreira – do tour de force pessoano da "Carta da Corcunda para o Serralheiro" de Turismo Infinito e Sombras à demasiado humana Boca de Não Eu, de Beckett, ou a esse repositório de dor de Dama d’Água, de Frank McGuinness. Mas nesta Voz Humana também Carlos Pimenta – acompanhado por Raquel Castro, realizadora do filme-ensaio Soundwalkers
– propõe uma evasão do naturalismo que informa o texto de Cocteau,
ensaiando um novo investimento audiovisual e colocando em tensão os 80
anos volvidos sobre a escrita deste monólogo em que a tecnologia – o
telefone – detém um papel central."
Fonte: Teatro Nacional S.João