No Dia Internacional do Jazz e antes de viajar pela escolha individual de muitos dos nomes que diariamente podem ser ouvidos na Antena 1, apresentamos "Livery Stable Blues" pela Original Dixieland Jass Band, que em 1916 tinha sido formada em New Orleans.
O tema foi gravado em 26 de Fevereiro de 1917 e editado pela Victor label a 7 de Março desse ano. O 78 rotações por minuto é tido como a 1ª gravação Jazz da história.
E a partir desse momento, no Jazz, história foi feita.
Original Dixieland Jass Band – Livery Stable Blues
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Vamos às escolhas individuais:
José Duarte
"Escolho "Lou’s Blues" do CD "Lou’s Blues", só comprável em edição japonesa e no Japão. É o famoso indicativo e fecho de ‘Cinco Minutos de Jazz’ que em 21 Fevereiro de 2016 celebra 50 anos de sua primeira ida de segunda a sexta para o ar na Rádio Renascença, depois na Rádio Comercial e depois na Antena 1 desde 1993."
Lou Donaldson – Lou’s Blues
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Ana Sofia Carvalhêda
"No dia Internacinal do Jazz, 5 amigos da música que têm o jazz na alma e no coração mas que, também têm viajado por muitas outras músicas.
Carlos Martins no Saxofone, Mário Delgado na Guitarra, Carlos Barreto no Contrabaixo, Alexandre Frazão na Bateria e Bernardo Sassetti no Piano.
Sim, escrevo no presente porque os amigos são para sempre e posso recordá-los a qualquer momento, como neste cd de titulo “Absence”, “Caminho da manhã”, é o que proponho para este Dia Internacional do Jazz, porque todos os dias são de Jazz, de música e de amigos."
Carlos Martins – Caminho da Manhã
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Diamantino Guedes
"Escolho um dos temas da banda sonora do Filme de Clint Eastwood, "Bird". Trata-se de um retrato muito bem conseguido de um dos meus intérpretes preferidos. A vida atribulada e a carreira de uma figura maior no universo do jazz, Charlie "Bird" Parker."
Charlie Parker – April in Paris
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Armando Carvalhêda
"Sugiro “Spring is here”, um” standard”, na origem escrito para um musical da Broadway, na década de 40 do séc. XX. Uma canção que surge tocada, entre outros, por três músicos e divulgadores referenciais do Jazz nacional desde os anos 50: António Barros Veloso (piano), Manuel Jorge Veloso (bateria) e Bernardo Moreira – Binau (contrabaixo). A voz é de Paula Oliveira, porventura a melhor voz portuguesa do Jazz e que alguma crítica aponta como das melhores da Europa."
Just In Time – Spring Is Here
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Filomena Crespo
"Escolho Ella Fitzgerald e o clássico "Summertime". Porque gosto muito da música;
Porque é uma voz extraordinária e intemporal; Porque é um clássico que se ouve sempre com prazer; Porque, ela própria, é sinónimo de Jazz. A rainha do Jazz."
Ella Fitzgerald – Summertime
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Pedro Costa
"A minha escolha é de Keith Jarrett-"Part I"/álbum "Köln Concert" (1975). Certamente um dos discos que mais ouvi na vida, um verdadeiro "tratado" de improvisação ao vivo , numa fusão perfeita entre músico e instrumento em que ouvimos e sentimos nos silêncios , a respiração e a alma do Artista."
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Keith Jarret – The Koln Concert Part I
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Júlio Machado Vaz
"Escolho Ben Webster com "Over the Rainbow". Porque adoro a canção e ela me traz Judy Garland das profundezas da meninice. Se a isso juntarmos que ele é o meu saxofonista preferido temos… a acalmia perfeita!"
Ben Webster – Over The Rainbow
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Augusto Fernandes
"Sugiro Chet Baker com "My Funny Valentine". É belo, sublime, perfeito. Uma obra prima que alimenta a alma…Para ouvir numa tarde de chuva, num radioso dia de Sol ou até à exaustão sempre que o coração pedir."
Chet Baker – My Funny Valentine
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Miguel Esteves Cardoso
" De todas as músicas que Thelonius Monk compôs a favorita era Blue Monk. Na primeira gravação, em 1954, com Percy Heath no contra-baixo e Art Blakely na bateria, tem-se a sensação privilegiada de ouvi-lo enquanto ele está a compôr, já que Blue Monk não ficaria por aqui. Esta é a minha escolha!"
Thelonious Monk – “Blue Monk”
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Iolanda Ferreira
“Não sugiro um tema, mas um álbum inteiro. Dizem que é o álbum de jazz mais vendido de sempre.
Para muitos é também um dos mais significativos.
De 1959. O ano da morte de Billie Holiday.
Kind of Blue juntou: John Coltrane, Julian "Cannonball" Adderley, Bill Evans, Wynton Kelly, Paul Chambers, Jimmy Cobb e Miles Davis.”
Miles Davis – Kind Of Blue
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António Macedo
"Escolho "New Chautauqua" do Pat Metheny, de 1979, porque foi o "Indicativo" do Programa com o qual regressei à Rádio depois de quase quatro anos de "ausência" não desejada. O Programa chamava-se "Mão na Música" (título do Zé Nuno Martins) e era emitido na Rádio Comercial (com a qual colaborei por convite do Jaime Fernandes e do João David Nunes), aos sábados entre as três e as cinco da tarde. Tinha como parceiros de Programa o Jorge Fallorca (entretanto falecido) e o Ricardo Camacho, então um garboso Produtor de Rádio que dividia também o precioso tempo de que dificilmente dispunha pelos estudos (é hoje um eminente médico especialista em doenças infecto-contagiosas, nomeadamente em Sida) e pelas Músicas (viria a ser fundador da Sétima Legião e primeiro Produtor do António Variações e do Dany Silva). Foi dele a escolha deste tema para "Indicativo" do Programa. Eu não passei da cepa torta."
Pat Metheny – New Chautauqua
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David Ferreira
"Escolho "My Favorite Things", canção da peça musical de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II "The Sound Of Music", estreada em 1959 e adaptada para o cinema em 1965. Entre as duas datas, o saxofonista John Coltrane fez dela um standard do jazz, revisitando depois o mesmo trecho uma boa mão cheia de vezes. Esta versão é de ’63, fica de algum modo a meio caminho entre a gravação que Coltrane fez em estúdio em ’61 e a que integrou o seu último concerto em ’67."
John Coltrane – My Favorite Things
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Noémia Gonçalves
"A minha escolha é um tema de Melody Gardot. Tem em desenvolvimento com uma universidade o programa Chateau Gardot, que procura através da musicoterapia tratar a dor. E se calhar, inconscientemente, foi mesmo isso que me fez sentir tão atraída pela sua música. Uma voz quente que nos remete para um ambiente íntimo e provocador.
Canta neste caso "Lisboa" de forma tão sensual, que quase conseguimos ler nos seus olhos escondidos pelos óculos de sol dos quais não abdica, que a cidade é mais do que a Lisboa dos turistas e dos amores, é a musa inspiradora do jazz!"
Melody Gardot – Lisboa
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Jorge Afonso
"A minha sugestão é Filipe Melo, um pianista/compositor português que admiro muito.
Proponho ouvir "When Lights Are Low" ao vivo no Angra Jazz Açores . Acompanham Filipe Melo – Bruno Santos na guitarra e Bernardo Moreira em contrabaixo."
Filipe Melo – When Lights Are Low"
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Ruben Carvalho
"Escolho um clássico do hard bop groove, com o baterista Art Blakey e os seus Jazz Messengers. O Saxofonista Benny Golson, o trompetista Lee Morgan, o pianista Bobby Timmons e o baixo de Jymie Merritt. Obrigatório em qualquer coleção de Jazz e um símbolo do catálogo da Blue Note. Intenso. Elétrico. Cheio de Soul. "
Moanin’ – Art Blakley
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Paulo Rocha
"Escolho Chet Baker e "Almost Blue", composto por Elvis Costello em 1982. Diz-se que Costello se inspirou na versão de Chet Baker de "The Thrill Has Gone". Chet "fechou o ciclo" quando gravou "Almost Blue" em 1988 para "Let’s Get Lost" – filme biográfico sobre…justamente Chet Baker. Confuso de contar? Sim…mas cheio de sentido."
Chet Baker – Almost Blue
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Edgar Canelas
"Sugiro um dos discos mais ‘clandestinos’ de Fernando Tordo, não por culpa do próprio, claro! Foi gravado em 1994 e 1995 nos Abbey Road Studios .
Chama-se "Lisboa de Feira" e a acompanhar Fernando Tordo está a grande National Youth Jazz Orchestra.
Um disco brilhante de onde escolhi este revisitado ‘Café’ de 1973 com letra de Ary dos Santos e música do próprio Fernando Tordo."
Fernando Tordo – Café
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José Candeias
"A minha escolha é de Pat Metheney. Pela primeira vez ouvi no Brasil, país que Pat gosta muito. Muitos dos seus temas incluem bossa nova, mas também muitas influencias latinas, que me agradam.
Mais tarde, magníficos concertos no Coliseu em Lisboa e Campo Pequeno.
O álbum que me revelou Pat Meteheney Group: "Letter from Home" de 1989, com magníficos temas, p.e. Have you Heard.
Mas " Last train home" é inesquecível."
Pat Metheney
– Last Train Home
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