Trata-se de um duche eficiente, com um redutor de caudal, que se espera que venha a mudar os hábitos de quem visita esta mostra produzida pelo Pavilhão do Conhecimento em parceria com a comunidade científica e as principais empresas do setor da água. A exposição surge no contexto da Década Internacional para a Ação – Água para o Desenvolvimento Sustentável, indo ao encontro do Objetivo 6 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável: Água e saneamento para todos até 2030.
E porque a água é um bem precioso que tem que ser bem partilhado por todos.
Ao longo de 30 módulos interativos o visitante é confrontado várias vezes com os seus hábitos. Fecha a torneira quando lava os dentes? Lava a louça à mão ou usa a máquina? Toma banho de chuveiro ou de imersão? Uma das experiências mostra-nos que para produzir uma simples t-shirt são gastos 2500 litros de água. Os garrafões estão empilhados num totem com oito metros de altura e vão-se iluminando à medida que o visitante seleciona alimentos e bens que fazem parte do seu dia a dia: uma barra de chocolate (1700 l), um bife (3750 l) ou uma resma de papel (5000 l).
“O gesto de abrir uma torneira e ter água potável a correr é banal em muitas partes do planeta. No entanto, para mais de 2 mil milhões de pessoas é apenas um desejo impossível. Mas pode tornar-se realidade com o compromisso de todos. Fizemos esta exposição com o objetivo de envolver a sociedade na solução do problema da escassez de água”, explica Rosalia Vargas, diretora do Pavilhão do Conhecimento.
Num tom positivo e cativante, a exposição explora como a ciência e a tecnologia, o conhecimento e a imaginação são decisivos para um futuro com água. As quatro áreas temáticas evidenciam os contrastes entre a vida com e sem acesso a água. São abordadas mensagens e conceitos-chave como a pegada hídrica, a importância de saneamento adequado, a relevância crescente dos sistemas eficientes de gestão de água nas cidades e o papel fundamental da água nos ecossistemas e na biodiversidade. Há momentos de descontração, como o bar de águas, onde o visitante pode saborear um copo de água do rio Tejo, e outros que são um murro no estômago, como o vídeo cedido pela UNICEF que mostra o percurso da pequena Aysha, que é obrigada a caminhar horas a fio na zona rural da Etiópia para ir buscar água.
De jerricã às costas, o visitante caminha na aridez, mas não as oito horas como Aysha e outros milhares de crianças e mulheres em todo o mundo. Há dados que impressionam e a exposição revela alguns: de toda a água existente no planeta, apenas 0,01% está disponível para consumo e em todo o mundo cerca de três em cada dez pessoas não têm acesso pleno a água potável.
Voltando ao duche eficiente da exposição: mesmo com um redutor de caudal, um banho de 10 minutos gasta em média 80 l de água. Mas ficamos a saber que já há empresas a testar chuveiros que reciclam água, fazendo-a circular por filtros e desinfeções.
Na última etapa o visitante é convidado a assumir um compromisso com a água. O que estamos dispostos a fazer para que no futuro todos tenhamos acesso a este bem essencial? Usar a água de lavar legumes para regar plantas representa uma poupança de 3 l, tomar um duche rápido em vez de um banho de imersão economiza 140 l e fazer uma refeição sem carne permite poupar 3000 l de água.
Dá que pensar.