SHIRIN, a obra-prima de
Abbas Kiarostami, que estreia a 24 de Junho em exclusivo nos cinemas UCI El
Corte Inglês em Lisboa e Nun’Álvares no Porto, é filme Antena 1!
Uma experiência de cinema única, SHIRIN inspira-se na história
de amor de uma princesa arménia pelo rei da Pérsia e é uma homenagem às
mulheres e um poderoso manifesto político, num país como o Irão em que
as mulheres estão sempre em segundo plano.
Cento e catorze actrizes iranianas e
uma actriz francesa: espectadoras mudas da representação teatral da
peça "Khosrow e Shirin", um poema persa do século XII, encenado por
Kiarostami.
O desenvolvimento do texto – que sempre apaixonou os
espectadores na Pérsia e no Médio Oriente – permanece invisível para o
espectador do filme. Toda a história é contada pelos rostos intensos e
belos das mulheres que assistem ao espectáculo. Um mapa de ricas e
pungentes emoções.
É um trabalho "fora de campo" levado ao limite.
É belo como A Paixão de Joana d’Arc de
Dreyer, e constitui-se sobre o mesmo princípio, toda a emoção se joga
nos rostos.
Manoel de Oliveira
No Irão deve-se baixar os olhos perante uma mulher.
Em SHIRIN, Abbas Kiarostami põe-nos a olhar, durante
hora e meia, para 114. Em SHIRIN está o império do
feminino – e um império dos sentidos. Durante cerca de hora e meia, os
rostos – o olhar – de 114 mulheres que observam o que se passará num
palco: a representação de um poema persa do século XII, "A História de
Khosrow e Shirin", sobre os amores de uma princesa arménia pelo rei da
Pérsia.
Elas (e este será um retrato de senhora multiplicado
por 114) reagem, choram, riem – o que vêem está fora de campo para nós.
Imaginamos o que elas podem estar a imaginar. Ou seja, estamos numa
caixa de ressonância onde a fantasia e a nossa memória de espectadores
estão a ser constantemente alimentadas, excitadas, mergulhados na
emoção, subjugados perante 114 mulheres.
Vasco
Câmara, Público
Homenagem absoluta ao rosto feminino: um fascinante
exercício do cineasta iraniano.
Tem algo de profundamente perturbador: estas mulheres
não são apenas o retrato colectivo de uma história de amor, e por isso
da mulher iraniana em todo o seu esplendor heróico, e erótico, mas o
retrato também do espectador de cinema em geral. O espectador é o
realizador último do filme, são os seus olhos que o fazem existir.
Sublime demonstração do cineasta iraniano.
Vincent Ostria, Les Inrockuptibles.
Links:
IMDB
Midas Filmes