O CINEMAX, em parceria com a PRIS Audiovisuais e El Deseo oferece 20 convites duplos para as antestreias de "Mães Paralelas", segunda-feira, 29 novembro, nos cinemas UCI El Corte Inglés, sala 12, em Lisboa, e UCI Arrábida 20, sala 1, em V.N. de Gaia, às 21h30.
Duas mulheres, Janis e Ana, dividem o quarto de hospital onde vão dar à luz. As duas são solteiras e ficaram grávidas acidentalmente. Janis, de meia-idade, não se arrepende e nas horas prévias ao parto sente-se pletórica, a outra, Ana, é uma adolescente e está assustada, arrependida e traumatizada. Janis tenta animá-la enquanto passeiam como sonâmbulas pelo corredor do hospital. As poucas palavras que trocam nessas horas vão criar um vínculo muito profundo entre as duas, e esse acaso vai encarregar-se de desenvolver e complicar de forma tão retumbante que mudará a vida de ambas para sempre.
NOTAS DO REALIZADOR
O filme começa com Janis em busca de meios para abrir a sepultura onde está o seu bisavô, assassinado na guerra civil espanhola, e termina três anos depois com a abertura da sepultura.
No meio, a relação de três mulheres que se encontram num quarto de hospital horas antes de duas delas darem à luz. Janis, uma mulher de meia-idade, encontra-se muito animada antes do parto; Ana, uma adolescente assustada e traumatizada com a maternidade que se aproxima; e Teresa, a mãe de Ana.
Quando estão sozinhas, Janis tenta contagiar Ana com a sua alegria e entusiasmo. Ambas engravidaram por acidente e ambas serão mães solteiras. Quando Janis lhe diz que “não se arrepende”, Ana confessa que se arrepende, meses depois explicará o porquê.
Mães Paralelas fala de ascendentes e descendentes. É sobre a verdade do passado histórico e a verdade mais íntima das personagens. Fala de identidade e paixão materna por meio de três mães muito diferentes: Janis, Ana e a mãe de Ana, uma mãe egoísta, sem instinto maternal, como ela mesma confessa.
São as imperfeições dessas mães que mais me atraem como contador de histórias. São mães muito diferentes daquelas que apareceram até agora na minha filmografia.
Por estranhas circunstâncias, Janis é forçada a viver numa total contradição entre a verdade histórica (o seu bisavô enterrado numa sepultura) e a sua verdade mais íntima, em relação à filha. O seu dilema moral está no centro da história, tornando Janis uma personagem complexa, generosa, contraditória e até mesquinha. É uma personagem muito difícil de interpretar porque tem sempre mais do que uma face, até que o seu sentimento de culpa e a vergonha causada pela mentira em que vive a fazem explodir.
Embora todos esses elementos pertençam ao gênero melodramático, decidi pelo roteiro e encenação, que Mães Paralelas seria um drama tenso e alegre, difícil de interpretar e com uma protagonista que pode não ser um modelo de conduta, mas que me atraiu justamente por isso. Ela é a personagem mais difícil que Penélope Cruz interpretou até agora, em toda a sua carreira. E provavelmente a mais dolorosa. O resultado é esplêndido, como sempre Penélope deu tudo.
A seu lado, a jovem Milena Smit torna-se a grande revelação do filme. A pureza e a inocência da sua personagem Ana acentuam as partes mais sombrias de Janis. Ambos estão muito bem acompanhados por Aitana Sánchez Gijón e Israel Elejalde.
No final, todos farão parte de uma família diversa e inesperada, mas real e autêntica.