É um nome maior das artes em Cabo Verde. O cantor e compositor Mario Lúcio é o primeiro convidado de um novo ano do Terra – ciclo de cinema e música do mundo, com o qual a Capivara Azul – Associação Cultural tem vindo a dialogar com o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães. O artista cabo-verdiano tem um novo disco, gravado com a banda Os Kriols, que vai ser apresentado no concerto marcado para 4 de Março (21h30).
Mario Lúcio é cantor e compositor, mas também romancista, poeta e dramaturgo. Foi ministro da Cultura do seu país, entre 2011 e 2016. É também um dos mais proeminentes pensadores do seu país, destacando-se o livro recentemente editado “Manifesto A Crioulização”, que tem motivado debates em vários pontos do mundo.
Mas é a música que o traz a Guimarães, para apresentar as suas mais recentes composições, gravadas nos últimos meses com uma nova formação, Os Kriols, constituída por um grupo de músicos portugueses.
Mario Lúcio é o compositor mais gravado da história da música de Cabo Verde, com centenas de canções nos principais estilos de música do país, como a Morna, o Funaná, o Batuque e a Coladeira. Foi fundador e líder do grupo musical Simentera, um dos ex-libris da música cabo-verdiana, com os quais gravou nove discos entre Raiz (1995) e Funanight (2017).
Em 2022, o ciclo Terra manterá o diálogo entre o cinema e a música no programa artístico, permitindo aprofundar as reflexões que se pretendem suscitar através do cruzamento das duas disciplinas artísticas. No primeiro fim-de-semana, exibimos “Som&Morabeza”, primeiro filme de longa metragem da realizadora Cristéle Alves Meira, de 2008. Trata-se de um filme muito pouco visto em Portugal, que faz uma viagem pela música de Cabo Verde.
Prosseguindo o esforço de articulação com a colecção e o programa do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, o Terra 2022 desenvolve-se em torno do conceito de “ficções”, eixo central do programa do museu para os próximos dois anos. Em particular, pretende reflectir-se a partir da ideia de “ficções coloniais”, reforçando o trabalho de contextualização dos temas coloniais, questionando a relação entre as músicas tradicionais não europeias, a presença colonial europeia nesses países e a lógica ocidentalizada da indústria musical.
Essa reflexão prolonga-se a 21 de Maio, data do segundo concerto deste ano, que traz a Guimarães outro nome mítico da música feita em língua Portuguesa, Mateus Aleluia. É um mito vivo da música brasileira, um dos fundadores da banda de culto baiana Os Tincoãs, activos nos anos 1960 e 1970. Depois do sucesso, Aleluia mudou-se para Angola em 1983, onde passou a desenvolver um trabalho de pesquisa cultural para o governo angolano.
O ciclo Terra em 2022 vai prolongar-se até Outubro e associar-se também à celebração dos dez anos da inauguração do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Junho.
Prosseguindo o esforço de articulação com a colecção e o programa do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, o Terra 2022 desenvolve-se em torno do conceito de “ficções”, eixo central do programa do museu para os próximos dois anos. Em particular, pretende reflectir-se a partir da ideia de “ficções coloniais”, reforçando o trabalho de contextualização dos temas coloniais, questionando a relação entre as músicas tradicionais não europeias, a presença colonial europeia nesses países e a lógica ocidentalizada da indústria musical.
Essa reflexão prolonga-se a 21 de Maio, data do segundo concerto deste ano, que traz a Guimarães outro nome mítico da música feita em língua Portuguesa, Mateus Aleluia. É um mito vivo da música brasileira, um dos fundadores da banda de culto baiana Os Tincoãs, activos nos anos 1960 e 1970. Depois do sucesso, Aleluia mudou-se para Angola em 1983, onde passou a desenvolver um trabalho de pesquisa cultural para o governo angolano.
O ciclo Terra em 2022 vai prolongar-se até Outubro e associar-se também à celebração dos dez anos da inauguração do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Junho.