A adaptação de Tennessee Williams do clássico de Tchekhov, "A Gaivota", traz à cena a história de Constantine, jovem escritor sensível, cuja busca pelo amor, arte e aceitação é maior do que a própria vida.
Os Apontamentos de Trigorin é a realização do sonho da vida de Tennessee Williams de interpretar "A Gaivota", que ele chamava «a primeira e maior peça moderna».
Aos vinte e quatro anos, Tennessee Williams descobriu Tchekov e sentiu uma afinidade imediata com a arte e a vida Russa. Ambos os dramaturgos gravitavam para explorações psicologicamente precisas e cheias de compaixão por vidas torturadas e das frustrações de grupos de personagens com laços muito próximos; ambos misturavam a comédia e a tragédia da vida diária com intensidade lírica.
A viagem de Tennessee Williams desde a sua primeira leitura d’ A Gaivota de Tchekov até á sua adaptação dessa peça como Os Apontamentos de Trigorin espelhava a sua própria vida criativa. Cedo na sua vida, Williams pensou em dirigir A Gaivota e, durante anos, várias vezes voltava á peça e a sua empatia gradualmente foi mudando de Constantine, o jovem experimentador, para Trigorin, o autor mundano. Williams, na sua busca pelo sucesso, também fez compromissos. Perto do fim da sua vida, Williams realizou o seu sonho de interpretar A Gaivota quando a Universidade de British Columbia patrocinou uma produção na Vancouver Playhouse em 1981. Esta versão, Os Apontamentos de Trigorin, trouxe os conflitos escondidos de Tchekov à superfície , mas não correspondeu às expectativas de Williams, e ele ainda estava a fazer revisões da peça quando morreu em 1983. Só em 1996, em celebração do 100º aniversário da primeira representação d’ A Gaivota é que a Cincinnati Playhouse pôs em cena Os Apontamentos de Trigorin tal como Williams a tinha imaginado.