Ensaísta, ficcionista e professor universitário, Nuno Júdice foi um dos principais autores numa época de transição de poesia portuguesa, da década de 1960, dos anos 80 e seguintes. Nasceu na Mexilhoeira Grande, em Portimão, no distrito de Faro, em 1949; estreou-se em 1972 com o livro de poesia “A Noção de Poema”.
O Presidente da República já lamentou esta morte. Marcelo Rebelo de Sousa refere a obra poética e o trabalho de décadas em diferentes instituições que foram um contributo maior para a singularidade, o cosmopolitismo e a projeção da literatura portuguesa.
Foi professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, instituição onde se doutorou em 1989 com a tese “O espaço do conto no texto medieval”.
Júdice assumiu o cargo de diretor da revista literária “Tabacaria” (de 1996 a 2009) e foi comissário para a área da Literatura da representação portuguesa na 49.ª Feira do Livro de Frankfurt. Desempenhou funções como conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris (de 1997 a 2004) e diretor do Instituto Camões na capital francesa.
Organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa’94 – Capital Europeia da Cultura, e dirigiu a Revista Colóquio-Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Ao longo da carreira literária, Nuno Júdice foi distinguido com diversos prémios, entre os quais o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, em 2013, o Prémio Pen Clube, o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus. Recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, por “Meditação sobre Ruínas”, finalista do Prémio Europeu de Literatura.