A 17 de julho de 1967, aos 40 anos, morria John Coltrane. Paladino e pioneiro do jazz sem barreiras, foi breve o seu sopro, interrompido apenas por um breve período na Marinha: desde pupilo de Miles Davis até compositor e intérprete do monumental “A Love Supreme” (1965).
Embora treinado na trompa e no clarinete, Coltrane escolheu só uma boquilha: a do saxofone tenor. Quando a disciplina intensa se traduziu em queixas sonantes dos vizinhos, o seu pastor ofereceu-lhe a paróquia como sala de ensaios — rimando com o despertar religioso que veio a refletir-se na obra de Coltrane, posteriormente canonizado pela Igreja Ortodoxa Africana.
Mas é a técnica transcendente que rege os seus álbuns — do hard bop universal de “Blue Train” (1958) ao estilo modal de “My Favorite Things” (1961), passando pela elasticidade improvisatória de “Giant Steps” (1960) e “Ascension” (1966).
A Antena 1 preparou uma playlist com alguns momentos centrais da obra de Coltrane.