Liberdade de Pensamento Martins Louro Cruz, nasceu em 1927 em Beja, e o nome de batismo carrega um peso histórico impressionante. Filha de um ferreiro e uma dona de casa, Liberdade recebeu este nome invulgar do seu padrinho republicano.
Nascida num ano de grandes mudanças, com Portugal à beira do Estado Novo e o mundo ainda a recuperar da Primeira Grande Guerra, o seu nome tornou-se tanto motivo de orgulho como fonte de problemas. O ano de 1927 foi marcado por contrastes: enquanto os EUA viviam a Era do Jazz, a Europa ainda mostrava as cicatrizes da guerra. Em Portugal, desenhava-se a ascensão de Salazar ao poder, criando um ambiente hostil para quem, como Liberdade, carregava ideais contrários ao regime no próprio nome.
A reportagem “Senhora Dona Liberdade”, da jornalista Rita Colaço, é um testemunho vivo da resiliência, mas a história de Liberdade não é apenas – nem tão pouco – sobre resistência política. É sobretudo uma grande história de amor. Há 25 anos, Liberdade de Pensamento perdeu o seu marido Pedro, com quem viveu um amor profundo e duradouro. Esta perda marca profundamente a sua vida. A Liberdade que ela representa no nome estende-se também à liberdade de amar intensamente.