Elemento fundador dos Pink Floyd, onde se apresentava como baixista, Roger Waters conquistou um espaço de protagonismo maior na história da música popular quando, após o afastamento de Syd Barrett, o vocalista original da banda e sua principal força criativa nos primeiros tempos, assumiu o leme dos acontecimentos. Apesar do quarteto de grandes personalidades que então encontrávamos a bordo dos Pink Floyd, coube a Roger Waters um papel de liderança mais evidente entre 1968 e 1983, tendo abandonado o grupo após o lançamento de The Final Cut, disco apenas constituído por composições de sua autoria.
Apesar do sucesso de álbuns e digressões que chegaram depois de 1987, já sob o comando de David Gilmour, foi nesta etapa que os Pink Floyd assinaram os seus discos mais marcantes, cabendo a Roger Waters um papel determinante na criação de títulos como Dark Side of The Moon (1973), Wish You Were Here (1975) ou o monumental The Wall (1979), este último tendo conhecido depois interpretações a solo que geraram já os álbuns ao vivo The Wall – Live In Berlin (1990) e o mais recente Roger Waters: The Wall (2015). As incursões do músico pelo legado dos Pink Floyd não se esgotam contudo nas memórias deste álbum de 1979, tendo já este ano sido anunciada a edição de The Dark Side of the Moon Redux, com lançamento previsto para 6 de outubro. A sua relação com os Pink Floyd não foi pacífica depois da separação, envolvendo uma batalha legal pelo direito de utilização do nome da banda. Mesmo assim, em 2005, od quatro músicos da formação clássica reuniram-se para uma atuação histórica no Hyde Park, em Londres, integrada no mega-evento Live Earth.
A obra a solo de Roger Waters começou a ganhar forma após a sua saída da banda, estreando-se em 1984 com The Pros and Cons of Hitch Hiking, disco ao qual se seguiram mais cinco álbuns de estúdio, o mais recente sendo The Lockdown Sessions, de 2022. Pelo caminho fez música para cinema, protagonizou diversas digressões em nome próprio e apresentou uma ópera: Ça Ira, sobre a revolução francesa, estreada em palco em 2002 e depois fixada em disco em 2005.
Para lá da música Roger Waters tem somado instantes de visibilidade mediática pela convição forte de opiniões sobre o conflito israelo-árabe, a guerra na Ucrânia, o Brexit (ao qual se opôs) ou por comentários explícitos, pouco positivos, sobre grandes vultos da política mundial, do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro aos vários presidentes americanos entre Ronald Reagan e Donald Trump.