Nome: Joaquim Caeiro
Localidade: Lisboa
Letras: Um Homem lavra esta terra / Tenho saudades do tempo
Um Homem lavra esta terra
Um homem lavra esta terra tão plena
Há tanta esperança quando é semeada
Paisagem linda bucólica serena
Tão plena tão plana e arrasada
Este Alentejo está sempre distante
Sente-se a solidão a murmurar
Eco de uma dor funda e pungente
Que tanto se sente no seu cantar
Secos os pastos rente o restolho
Antes as espigas foram bandeiras
Doirados os campos que agora olho
Regados com lágrimas e canseiras
Desce tão doce a melancolia
Dentro da alma há tanta beleza
O cantar não é sempre da alegria
Quase sempre o cantar é da tristeza
Este Alentejo está sempre distante
Sente-se a solidão a murmurar
Eco de uma dor funda e pungente
Que tanto se sente no seu cantar
Tenho saudades do tempo
Era lindo antigamente
Ver os campos cultivados
E o cantar da nossa gente
Nesses tempos já passados
Tenho saudades do tempo
Em que um homem aprendia
A ganhar o seu sustento
Na terra onde nascia
Alentejo minha terra
O lar das minhas lembranças
Terra do pão amassado
Na dor de tantas esperanças
Tenho saudades do tempo
Em que um homem aprendia
A ganhar o seu sustento
Na terra onde nascia