Concertos:
- 3 de Novembro | Teatro Louletano, Loulé
- 25 de Novembro | Teatro Municipal de Vila do Conde, Vila do Conde
- 1 Dezembro | Teatro Aveirense, Aveiro
- 2 Dezembro – Vila Nova de Famalicão – Casa das Artes
- 9 Dezembro – Ponte de Lima – Teatro Diogo Bernardes
- 26 Janeiro | Teatro Tivoli BBVA, Lisboa
- 31 Janeiro | Casa da Música, Porto
A cantora esteve nos Estúdios da Antena 1 onde conversou com António Macedo e interpretou dois temas:
Samuel Úria, Jorge Cruz, Nuno Prata, Afonso Cruz, Nuno Figueiredo, Capicua, Márcia, Carlos Guerreiro e Francisca Cortesão são nomes que constam como convidados.
Ana Bacalhau escreve e compõe as canções do disco.
Alinhamento
- Vida Nova
- Leve Como Uma Pena
- Passo a Tratar-me Por Tu
- Só Eu
- Menina Rabina
- Ciume
- Maria Jorge
- Para Fora
- A Bacalhau
- Respirar
- Deixo-me Ir
- Debaixo da Mosca
- Só Querer Buscar
- Morreu Romeu
Nome Próprio
"Tenho bichos-carapinteiros. Também são carpinteiros, claro, mas, sobretudo, carapinteiros. Quando era miúda, ouvia os graúdos a apontar-me o excesso de energia e inquietação e, sem perceber nada de carpintaria, convenci-me que o que me diagnosticavam era um caso bicudo de bichos que cara-pintavam.
Foi assim que tive a ideia de pintar um sorriso na cara para ninguém notar que algo me moía por dentro. Resultou e lá fui eu, vida fora, sempre com os meus bichos-carapinteiros a roer-me as entranhas.
Houve um dia em que pediram um palco para si. Dei ao resultado deste trabalho de cara-pintaria o título de “Nome Próprio”. Para isso, contei com a preciosa ajuda de queridos e talentosos amigos, que entenderam tão bem aquilo que queria dizer.
Não por acaso, a procura é um tema recorrente numa boa parte das letras que canto. Talvez os autores tenham percebido isso, quando falava com eles sobre o que pretendia cantar. De “Só Querer Buscar”, do Samuel Úria, a “Leve Como Uma Pena”, do Jorge Cruz, “Passo a Tratar-me Por Tu”, do Nuno Prata, “Respirar”, de Afonso Cruz, “ou “Vida Nova”, do Nuno Figueiredo, todas falam desta inquietação que é velha amiga e me empurra para avançar, apesar do medo.
E não saberia contar a minha história de vida tão bem quanto a Capicua, que me entregou um pedaço de letra tão biográfico, em “A Bacalhau”, que parece que me conhece desde que nasci.
Mas não queria que este trabalho reflectisse apenas o meu umbigo. Daí, ser tão importante poder continuar a dar voz a experiências que se podem dizer universais, como o “Ciúme”, de Miguel Araújo, a “Dama da Noite”, de António Zambujo e João Monge, “Maria Jorge”, da Márcia, “Morreu Romeu”, de Nuno Figueiredo, “Debaixo da Mosca”, do Carlos Guerreiro ou “Para Fora”, da Francisca Cortesão.
E, finalmente, o medo maior. Escrever-me. As letras “Só Eu”, uma expressão que a minha avó materna usava e que me inspirou a escrever esta canção, tão bem musicada pelo Janeiro e “Menina Rabina”, também musicada por ele, que fala da menina que ainda vive em mim, criando mundos imaginários onde se esconde do mundo real. Finalmente, “Deixo-me Ir”, escrita e composta por mim, a falar sobre a importância que cantar tem na minha vida.
Diz-se trabalho a solo, mas a verdade é que sozinhos nunca fazemos nada que importe. Dos músicos que se entregaram sem reservas à criação de um som que me reflectisse, ao produtor do disco, ao meu manager, à minha agência, director criativo e editora, família e amigos, que me deram o seu apoio incondicional e aos que seguem o meu trabalho e, de forma tão generosa, me oferecem a sua presença, as suas palmas, todos fazem parte do meu mundo e são as peças mais estimadas que possuo.
A estima, o amor, as aparas de tristeza e alegria, transformei-os na música que poderão ouvir em “Nome Próprio”. Sinto-me feliz por ter conseguido aquietar os bichos-carapinteiros, ainda que momentaneamente. Percebi que não há razão para fugir deles. Há que abraçá-los e estimá-los e deixar que a sua incessante carapintaria me dê o fôlego de que preciso para cantar."
Ana Bacalhau
Ana Bacalhau nasceu em 1978. Queria ser professora de Português e Inglês quando era criança e, conforme planeado, seguiu os seus estudos nesta área. Mas as aulas de guitarra que tanto pedira aos seus pais levaram a que descobrisse a sua voz e uma vontade de fazer música que nunca mais a largou. A primeira banda chamou-se Lupanar. Nasceu em 2001, de uma ideia conjunta de Gonçalo Tocha e Dídio Pestana de fazer música em Português, explorando sons, palavras e géneros musicais sem constrangimentos ou barreiras. Aí conheceu Zé Pedro Leitão, contrabaixista, com quem formou o trio de Jazz Tricotismo, em 2005, onde exploraram em conjunto o seu gosto pelo Jazz e Blues. A Deolinda chegaria em 2006. Com ela, o desejo de viver em exclusivo da música torna-se realidade e desde então tem calcorreado mundo com as palavras e sons da banda. Para além do seu trabalho na Deolinda, partilhou a voz e o palco com outros músicos, como Gaiteiros de Lisboa, Sérgio Godinho, Xutos & Pontapés, António Chainho, Pedro Abrunhosa, Ana Moura. Em 2013, recebeu o convite para participar numa canção promovida pela ONU, “One Woman”, de entre um lote de 25 cantoras, onde se incluem Concha Buika, Bebel Gilberto e Rokia Traoré. A canção pretende alertar para a defesa dos direitos das mulheres. Estreou-se a solo em Dezembro de 2013, com o projecto “15”, onde mostra as canções e os músicos que a influenciaram desde os 15 anos, idade em que começou a cantar. É cronista da revista Notícias Magazine desde Novembro de 2011, onde cumpre semanalmente um dos seus gostos de criança: escrever. Lança em 2017 o seu primeiro álbum a solo, “Nome Próprio”.