Continuamos em busca de respostas para uma questão que aqui lançámos: pode o Festival da Canção ajudar-nos a contar a história política, social e cultural do nosso país nos últimos 60 anos? O quarto episódio de “Quis Saber Quem Sou” surge hoje com o título “Tempo de Revolução” e leva-nos a viajar no tempo entre 1973 e 1975, com a historiadora Rita Luís como convidada.
Fez história, em 1973, a vitória da “Tourada”, de Ary dos Santos e Fernando Tordo, canção que escapou às malhas da censura para, com metáforas da tauromaquia, apresentar um olhar satírico sobre um país. Um ano depois, a aparentemente insuspeita passagem na rádio de “E Depois do Adeus”, na voz de Paulo de Carvalho, revelou ser, afinal, a primeira senha para o movimento militar que desencadeou a revolução do 25 de abril. Um ano mais adiante, e depois de uma discussão sobre se faria ou não sentido fazer o Festival da Canção, as presenças de figuras como José Mário Branco, Sérgio Godinho ou Jorge Palma, entre outros, fizeram dessa edição um espelho natural do quotidiano do país em 1975, numa edição que teve como vencedor Duarte Mendes, com “Madrugada”.
É neste contexto social e político que olhamos para o país e para o Festival da Canção neste episódio de “Quis Saber Quem Sou”, podcast que parte de conversas de um painel fixo constituído por João Carlos Callixto (investigador musical da RTP) e Sofia Vieira Lopes (musicóloga e investigadora da Universidade Nova de Lisboa), com moderação de Nuno Galopim. Para cada episódio são convidados historiadores, musicólogos, académicos na área da comunicação e jornalistas.
“Quis Saber Quem Sou”, é um podcast com versões distintas, uma delas com música (a escutar para já em exclusivo na plataforma RTP Palco), a outra, sem canções mas com mais momentos de conversa, para ouvir no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts. A cada terça-feira surge um novo episódio.