Adriana
Calcanhoto, ou Adriana "Partimpim" está de regresso com novo disco.
Chama-se
Partimpim 2.
Entre os dias 09 de e
15 de Novembro oiça algumas músicas deste novo trabalho que e é disco Antena
1.
Temas em destaque na Antena 1:
-Gatinha Manhosa
-O Trenzinho do Caipira
-Baile
Partimcundum
-Ringtone de Amor
-Alexandre
Dirigido às
crianças de todas as idades, Partimpim Dois traz um repertório diversificado
que se passeia por todas as vertentes da música popular brasileira criando um
universo lúdico e de textura refinada. O repertório inclui temas pouco
conhecidos e novas leituras para grandes sucessos. Sob o heterónimo de Adriana
Partimpim, Adriana Calcanhotto regressa com o projecto que a consagrou, mas que
é completamente dedicado público infantil, a primeira expriência como Partimpim
vendeu mais de 90,000 discos em Portugal (estatuto de 4 Platinas) e esgotou
salas de concerto de norte a sul do nosso país
Alinhamento:
1 –
Baile Partimcundum
2 –
Ringtone de Amor
3 – O
Trenzinho do Caipira
4 –
Alface
5 –
Menina, Menino
6 –
Na Massa
7 – O
Homem Deu Nome a Todos os Animais
8 –
Alexandre
9
– Gatinha Manhosa
10 – Bim
Bom
11 – As
Borboletas
PARTIMPIM DOIS – FAIXA A FAIXA
Baile Partimcundum
Partimpim ama as canções
de carnaval e resolveu fazer também a sua, com Dé Palmeira, que inventou
o simpático nome Partimcundum.
Brincando com loops e programações no computador, ela descobriu que uma
batida de club dance em determinado andamento virava uma marcha-frevo e
assim, só com a batida acelerada, sem violão ou piano, compôs a carta de
intenções do seu carnaval.
Ringtone de amor
Primeira composição da Partimpim, escrito em 2007, o Ringtone
de amor foi inicialmente composto não para estar em CD ou em qualquer tipo
de mídia ou suporte. Foi feito como ringtone mesmo, para ser baixado da web
direto para os celulares. Partimpim acha interessante escrever para
celulares. Mas como as crianças em suas cartinhas, cartões, desenhos e bilhetes
pediram para que o Ringtone, que já andava pela internet, estivesse no DOIS…
O trenzinho do caipira
Foi a última a entrar no repertório, por sugestão de Susana, em
palpite muito feliz. Não há muito a dizer sobre essa canção, ela fala
por si. Mas a história dela também é muito bonita. A música é um dos quatro
movimentos da peça Bachianas Brasileiras nº2, composta por Heitor
Villa-Lobos em 1930. Neste movimento, para ser tocado un poco moderato,
a orquestra reproduz os sons de uma locomotiva. Assim como os outros
movimentos, este é desenvolvimento de peças anteriores escritas por Villa-Lobos
para piano ou para violoncelo e piano. Com a letra que Ferreira Gullar escreveu
tempos depois, a tocata tornou-se canção, e teve inúmeras gravações de artistas
brasileiros. Uma das canções que Partimpim mais ama e que canta desde
sempre.
Alface
Versão de Augusto de Campos para o poema nonsense do inglês Edward
Lear, em mais uma pérola da parceria Campos / Lear. Cid mostrou a
canção em São Paulo para Partimpim e foi amor à primeira ouvida…
Menina, menino
Essa foi feita para o menino Bebê Luis. Partimpim queria
dizer essas coisas para o Bebê Luis, logo. Falar do amor para ele. Mesmo ele
sendo um bebê tão pequenininho ainda, ela achou que quanto antes ele soubesse do
amor melhor seria. Pensou em dizer essas coisas que diz na letra até mesmo
antes de saber se Bebê Luis seria menino ou menina. Pensou também que isso era
bom de dizer para todos os meninos e meninas que ela pudesse alcançar, e aí
escreveu a canção. Para gravar a sanfona arretada chamou Waldonys, seu
parceiro não só de música mas também de radicais aventuras aéreas. Ele voou de
Fortaleza até a Toca, aterrisou, trocou o capacete de piloto pelo chapéu
herdado de seu Luiz Gonzaga, chamou a Partimpim e eles ficaram lá,
fazendo acrobacias, loops, parafusos e manobras estranhas no ar, ninguém
acreditou no que estava vendo.
Na massa
Letra de Arnaldo Antunes, música de Davi Moraes, "Na
massa" é um grande encontro desses dois compositores de quem Partimpim é
muito fã. É uma canção obrigatória do Partimcundum, o carnaval Partimpim.
Máscaras, fantasias e tambores, crianças, senhoras e senhores, na massa!
O homem deu nome a todos animais
Canção do período cristão de Bob Dylan em versão de Zé Ramalho.
Canção que hipnotizou Partimpim. No momento em que ela tentava fazer uma
versão em português pensando em talvez, quem sabe, gravá-la, descobriu esta,
que Zé Ramalho já havia feito e aí foi sopa no mel.
Alexandre
Partimpim aprendera que Alexandre,
O Grande, havia sido um jovem rei macedônio muito inteligente e culto, mas
bárbaro, sanguinário e desumano, e assim ela o via; muito mais pelo lado
escuro do que pelo lado solar do grande Alexandre, que ele também foi. Quando
ouviu "Alexandre", no Livro, de Caetano Veloso, Partimpim ouviu
ecos do mais fino e rarefeito pensamento de Alexandre, de sua paixão pelo mundo
helênico, pelos ideais mais altos e profundos, aqui, no Brasil de hoje. Nos
tambores do samba-reggae, mais poderosos do que qualquer batalhão. A alegria da
Partimpim de re-ver uma imagem com outros olhos e ali descobrir uma
coisa linda foi o que a levou a querer re-gravar a canção no DOIS.
Ela ficou feliz, sentiu um calorzinho gostoso no coração de poder ver Alexandre
com outros olhos. Além disso, para Partimpim essa canção é uma aula de
poética, não somente de história. É muito legal a maneira como Caetano
re-apresenta o herói, bom e mau, culto e grosso, amante da filosofia e da
guerra, que amou suas mulheres e também Hefestião, que matou e perdoou, e que
mesmo filho de um deus, foi tão humano e para não perder o trocadilho, tão
real.
Do ponto de vista da amálgama, ou seja, pelo filtro do qual fala com
tanta propriedade Jorge Mautner (como por exemplo o fato de Barack
Obama só existir porque existiu Vinicius de Moraes e coisa
e tal) foi que Partimpim achou que seria muito legal contar para as
crianças a história do príncipe misturador de raças e de como ele foi e ainda é
importante para nós. Ocidente e Oriente, bem e mal, preto e branco, tudo isso
só existe porque o homem inventou. Essa canção pode ajudar a abrir janelas para
pensar diferente. Grande, verdadeiramente grande.
Bim Bom
Quando ouviu o som do Olodum pela primeira vez Partimpim
teve um impacto muito forte, algo parecido talvez com o que toda uma geração de
ouvintes teve quando escutou a batida do violão de um cantor chamado João
Gilberto.
Desde o primeiro contato com aqueles tambores ela sentiu que estava ao
mesmo tempo escutando a batida do violão deste mesmo João Gilberto, e
ouvia João Gilberto, até ao vivo, baixinho, e escutava lá dentro do
violão dele aqueles tambores. Partimpim brincou então de juntar os dois
sons em uma canção, já que não conseguia mais separá-los mesmo. Para isso usou
uma gravação já existente do Olodum com a qual ela queria muito fazer
uma faixa algum dia e escolheu para cantar e tocar violão, piano, prato e um
robô de lata, Bim Bom, uma canção que o próprio João Gilberto escreveu
reproduzindo na batida, na melodia e na letra o que ele capturou "dos requebros
das lavadeiras de Juazeiro", onde nasceu. Pedro Baby gravou seu violão
balançado junto com a Partimpim, ao vivo na Toca.
Engraçado que a letra diz "é só isso o meu baião", mas é um samba. A
música é samba. A letra é samba. É samba samba. Segundo Zé Miguel Wisnik, Bim
Bom seria o samba absoluto…
Gatinha manhosa para Ming Lé
A canção apresentou-se à Partimpim numa manhã ensolarada,
quando ela estava voando para o estúdio. A música se apresentou para ela e não
saía mais de sua cabeça. Não que ela nunca tivesse ouvido antes, mas
achou estranho, não tinha nenhuma relação especial com aquela canção até então,
mesmo amando os gatos e o Erasmo Carlos como ama. A canção seguiu
martelando e Partimpim a cantarolou por mais dois dias inteiros,
esperando a canção ir embora – que é o que geralmente acontece com canções que
grudam no seu ouvido de repente. Mas "Gatinha manhosa" não parava , ela
não aguentava mais, queria poder pensar em outra coisa qualquer, aí, ufa,
depois de três dias tomada por uma música que nunca havia cantado antes e mal
sabia a letra, aterrisou em sua casa na floresta, vinda do estúdio, ufa,
acabou. Então sua gata Ming Lé fez tantos denguinhos e parafusos e
caretas e maluquices e macaquices rolando no tapete do corredor pra pedir
carinho, que mereceu a gravação, só de voz e violão, no dia seguinte, urgente,
urgentíssimo. "Hoje vamos gravar Gatinha Manhosa trezentas e duas vezes,
uma há de ficar boa".
As borboletas para Helena
Partimpim quis partilhar com as
crianças e adultos e velhinhos e adolescentes os sons de sua janela na
floresta, à noite. Então convidou os insetos – e o Dé Palmeira – para
gravar com ela "As borboletas", da grande e novíssima parceria Vinicius de
Moraes e Cid Campos. Partimpim gravou a canção para Helena,
irmã do Mano, dormir lá na sua casinha.