Episódio 5: Parque do Vale do Silêncio
O palco está montado no imenso relvado que se estende pela clareira do parque.
De novo, a orquestra e o Coro Gulbenkian hão-de romper o silêncio que dá nome a este lugar onde só a vegetação ampara os caminhos de acesso, sem portões ou gradeamentos. Visto de fora, o jardim público do Parque Urbano do Vale do Silêncio pode até passar despercebido, mas no coração dos Olivais Sul bate um verde que apetece, desenhado para o bem estar da população residente, quando o bairro ainda era industrial, poluído e barulhento. Manuel Sousa da Câmara foi o arquitecto paisagista responsável pelo projecto na década de 50, mas só no final dos anos 60 se deu início à plantação das espécies que hoje dão vida nova ao local outrora ocupado por quintas e azinhagas. Ao todo 2600 árvores, de 48 espécies habitam neste Vale, pensado para acolher famílias, solitários, atletas, sonhadores e até músicos, que ouviremos à distância, enquanto ouvimos um poema de Adília Lopes .
A jovem arquitecta paisagista Ana Raquel Cunha espera-me numa das entradas do parque, vizinha duma das artérias mais movimentadas desta zona, a Avenida de Berlim. Pla Sombra é que vamos, atravessando a densa orla que separa o ruído do silêncio….