Cuca Roseta apresenta
‘Raiz’ em Lisboa e no Porto
-26 de Junho Teatro São
Luiz
-11 de Julho Casa da
Música
Elogiado pelo público e pela crítica, "Raiz", o
segundo disco de Cuca Roseta, apresenta a fadista no papel de autora e
compositora de quase todos os temas, num resultado surpreendente. O disco foi
produzido por Mário Barreiros, com co-produção de Cuca. Editado na passada
semana, teve entrada directa para o #7 lugar da tabela de vendas nacional.
"Raiz" sucede ao homónimo álbum de estreia de Cuca Roseta, o qual
atingiu recentemente o Galardão de Ouro.
Estes serão os concertos que darão início a uma
aguardada digressão por palcos nacionais e internacionais, a decorrer até 2014.
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O segundo álbum de CUCA ROSETA – "RAIZ", é disco Antena 1!
As "Raízes" musicais de Cuca Roseta estão
lançadas, e passam também por aqui pela Antena1, antes dos concertos de Lisboa
e Porto.
Ana Sofia Carvalheda assistiu à curta apresentação ao
vivo da fadista no Mosteiro dos Jerónimos no passado dia 6 de
Maio.
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O novo álbum de Cuca Roseta editado dia 6 de Maio chama-se ‘Raiz’ e é o sucessor do muito aclamado álbum de estreia, que atingiu o galardão de Ouro.
O segundo disco de Cuca Roseta, teve
produção de Mário Barreiros e co-produção da fadista, e tem a
particularidade de incluir, na sua maioria, fados escritos e compostos
pela própria. A excepção acontece com algumas curiosidades como por
exemplo, uma letra de José Avillez. Na gravação, entre outros, Cuca
contou com a participação de Pedro Pinhal na viola de fado, Rodrigo Serrão no contrabaixo, tendo a mestria da guitarra portuguesa sido dividida por Bernardo Couto, Luís Guerreiro, Eurico Machado, José Manuel Neto e Bruno Costa.
Cuca
Roseta lançou o seu álbum de estreia em Março de 2011. O álbum
homónimo contava com a produção do consagrado e multi-galardoado
produtor argentino Gustavo Santaolalla e incluía, para além dos
clássicos como "Rua do Capelão", "Lisboa a Namorar" ou "Porque Voltas
De Que Lei" aos temas – já assinados por Cuca – "Nos Teus Braços" ou
"Quem és tu Afinal". Na altura, os media saudaram a edição do disco com
criticas elogiosas. Desta vez Cuca Roseta promete surpreender ainda
mais, o que faz deste segundo disco um dos mais aguardados deste ano.
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CUCA ROSETA
"RAIZ"
A raiz da alma
"E então, por breves momentos, deixemos entrar a saudável dúvida: o que é que uma fadista, com um primeiro disco celebrado e trabalhado por um produtor planetário – Gustavo Santaollala – , com o peso da verdade que o fado exige e ela entrega : o que fazer para o segundo disco?
A lógica comercial aconselharia um registo pouco aventuroso, onde a zona de conforto se manteria e apenas uma ou duas pistas cantadas poderiam dar indícios de uma evolução.
Nada disso. Isabel «Cuca» Roseta é uma criadora, e como todos os criadores precisa de um interlocutor. Precisa de falar com alguém, e fiel à verdade que tem de estar na pele do que canta não poderia acomodar-se a receitas ou preguiças. Pior e melhor: deitou o conforto às urtigas e, numa coragem quase anacrónica, resolveu dar tudo o que tinha: letras e músicas próprias, num disco quase em contra-ciclo, quase de cantautora. Um passo ousado? Claro – mas coerente na sua ousadia.
«Raiz», o nome do segundo disco de Cuca Roseta, é quase auto-explicativo. Quase, porque Cuca não procura a tradição ou a origem do que canta. Procura-se e encontra-se a si própria, e é essa aventura solitária que seduz e nos prende. Depois de um ano de reclusão criativa, surge o imprevisível: um disco feito quase exclusivamente de originais. Contra tudo e a favor de todos nós que a podemos escutar.
Não há concessões nesta «Raiz», que nasce do fundo da alma de Cuca. Jorge Luís Borges dizia que escrevia livros para se livrar deles; «Raiz» segue essa lógica, uma catarse serena e linda, assumida em nome próprio. Mas que seria oca sem a componente principal, que transparece em todos os temas: a verdade.
Para o bem e para o mal, «Raiz» confunde-se com Cuca Roseta. Não no sentido em que cada trabalho de um artista revela um pouco de si; não, «Raiz» quase choca pela falta de pudor com que a fadista se expõe. A verdade é tão grande que incomoda, como se não precisássemos de saber tanto sobre alguém que admiramos. Em rigor, o que incomoda e deslumbra neste disco é uma inesperada arte da proximidade, que Cuca teve absoluta necessidade de comunicar e que depois da primeira estranheza (quantos de nós suportamos a verdade durante os dias?) acabamos por aceitar e louvar.
Este nível de entrega não poderia ter acompanhantes: exigia cúmplices, parceiros à altura da alma que se queria entregar. Tudo ou nada. Executantes e conselheiros em simultâneo, os músicos de que Cuca se rodeou ajudaram a que o disco fosse um work in progress, um laboratório permanente e bem sucedido, com um destino atingido: sim, a raiz.
Dos músicos de excelência às ocasionais parcerias (Tozé Brito, André Sardet ou um surpreendente letrista descoberto no chef José Avillez), tudo neste disco respira confiança e respeito pelo que se quer dizer. A «raiz» da arte de Cuca é partilhada mas sem perder um milímetro da sua autenticidade.
Provavelmente bastaria para muitos, depois de um disco de sucesso, ter a coragem de avançar com um registo de originais. Mas Cuca Roseta fez isso e mais: em absoluto combate com os dias cor de cinza e raiva que vivemos, oferece um Portugal esperançoso e universal na sua música. Melancolia, certamente que existe; mas a esperança desavergonhada que se desprende de Raiz – e logo de Cuca Roseta – é quase subversiva. E tão bem-vinda.
Nesta raiz, e não por acaso, todos os temas são nomeados por «fado». Excepto um:a Marcha da Esperança. E é tão fácil perceber porquê: ao ouvir tudo o que está nesta «Raiz» ouvimos o coração e as emoções de quem a fez. Não consigo imaginar maior ambição para um artista e muito menos para quem o quer ouvir. O segredo é outra vez o mesmo, porque em Cuca Roseta não poderia ser outro: uma surpreendente, inoportuna e deslumbrante verdade em estado puro."
Nuno Miguel Guedes , Abril de 2013.