Uma das primeiras memórias que tem é a do avô paterno a ouvir rádio na cozinha, com o cotovelo apoiado na mesa, mão no queixo e hipnotizado. Essa imagem ditou o que queria fazer: ser a pessoa que falava na caixinha mágica dos sons. Foi assim que, no início dos anos 90, nasceram os primeiros registos em k7s, de uma miúda de Benfica. Começou a fazer rádio profissionalmente com 22 anos, passou por rádios locais, nacionais e, até, insulares.
Só fez uma pausa para fazer um curso profissional de Pastelaria: ela foi mais bolos e acabou a trabalhar na cozinha de um Hotel 5 estrelas. Como? Nunca saberemos. Numa manhã de adrenalina pura, o seu Chef de Pastelaria disse-lhe que devia voltar para a rádio. “Sim, Chef”. Foi assim que voltou, sem hesitar.
Na Antena 1 vai fazendo km em festivais, já foi artista de variedades em Passagens de Ano e é voz de vários programas. No meio de tudo isto, é uma realizadora por vingar, uma cantora entre quatro paredes e à porta fechada. Fã eterna de Eça de Queiroz e escritora de histórias na gaveta.
Viciada em Esparguete, leva a vida como se o degustasse a todo o instante: sofregamente.