Com raízes nos fenómenos da disco e da música eletrónica, a música de dança surge, com todo o fulgor, no final do século XX. Na década de 80, tínhamos já assistido à ascensão do house e do tecno em Chicago e Detroit, respetivamente. Os anos 90 foram o momento explosão da rave na Europa e nos Estados Unidos. Paralelamente, também por todo o mundo, a forma como dançávamos em conjunto estava a ser revolucionada.
À medida que a música de dança deixou de ser experienciada em exclusivo pelas comunidades negras, latinas e homossexuais para se tornar parte da cultura dominante, o cinema foi captando as suas subculturas. Ao levar as potencialidades sónicas e visuais da pista de dança para o grande ecrã, tentava-se registar o intangível; cineastas e artistas visuais procuravam retratar a libertação, a autoexpressão e o sentimento de pertença que as discotecas podiam oferecer.
“After Hours: Clubbing no Cinema” lança um olhar retrospetivo à evolução da música de dança, recorrendo ao cinema para explorar a forma como a cultura noturna pode transformar momentos pessoais em movimentos coletivos de reivindicação e emancipação. Curadoria de Ana David, Maria Ferreira e Tabitha Thorlu-Bangura.