Vitor Ramil atravessou o Atlântico para 2 concertos em
Portugal
Mas antes passou pelos estúdios da Antena1 e conversou com
Ana Sofia Carvalheda e em exclusivo acompanhado pelo músico Carlos Moscardini,
tocou ao vivo 2 dos temas que fazem parte de Délibáb!
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Concertos em Portugal:
PORTO –
dia 29 de Março, quinta-feira
às 22h
na Casa da Música
LISBOA
– dia 31 de Março, sábado
na Culturgest
O
compositor e escritor brasileiro Vitor Ramil regressa a Portugal para
apresentação do seu novo espectáculo "délibáb", inteiramente baseado no seu
último trabalho discográfico que reúne milongas (ritmo comum ao Rio Grande do
Sul, Uruguai e Argentina), compostas por Ramil a partir de poemas do argentino
Jorge Luis Borges, e do brasileiro João da Cunha Vargas.
Com
a cumplicidade e o talento do guitarrista argentino Carlos Moscardini, Vitor
Ramil constrói o universo deste espectáculo, assente nas diferenças e
proximidades dos dois poetas contemporâneos: Jorge Luis Borges (1899 – 1986),
natural de Buenos Aires, autor mundialmente consagrado e João da Cunha Vargas
(1900 – 1980), um homem do campo que deixou a sua obra gravada em fita e só
agora começa a ser descoberto. A cidade e o campo, o erudito e a cultura
popular, conjugados na música de Vitor Ramil. Guardadas as imensas diferenças de vida e obra dos dois poetas, as suas
imagens projectam-se nitidamente no horizonte de um Sul mítico (délibáb ou a
ilusão do sul).
"délibáb" cujo
significado é "miragem" ou, mais precisamente, "ilusão do sul", vem
do húngaro "déli" (do sul) mais "báb" (de bába: ilusão).
Segundo o próprio Ramil: "O délibáb
é um fenómeno extraordinário da planície húngara, tão semelhante às planícies
do sul do nosso continente. Único em seu género, este tipo de espelhismo
transporta paisagens muito distantes a horizontes quase desérticos,
reproduzindo ante os olhos maravilhados do observador, em dias de calor, o
desenvolvimento de cenas distantes. Ao escutar o disco pode-se experimentar
certamente um "délibáb", porque a música projecta imagens remotas, de
arrabaldes buenairenses e ambientes campeiros, na urbanidade de nossos tempos
actuais. Como não ficar maravilhado diante desta "ilusão do sul", ainda que
seja só um "délibáb?".
"délibáb"
foi considerado um dos 10 Melhores
Espectáculos de 2010 pelos jornais O
Globo e Folha de São Paulo, e
um dos Melhores Discos do Ano pela revista brasileira Veja e pelos
órgãos de comunicação argentinos Diario La Nación, e Revista Ñ do
Diario Clarín.
Vitor
Ramil: voz e violões
Carlos
Moscardini: violão
Vitor
Ramil, compositor, instrumentista, cantor e escritor brasileiro, é autor de
nove discos, dois romances e um ensaio. Nasceu no Rio Grande do Sul, extremo
sul do Brasil, onde vive actualmente.
Lançou
o seu primeiro disco "Estrela, Estrela"
(1981) aos 18 anos de idade. Depois vieram "A
paixão de V segundo ele próprio", "Tango",
"À Beça", "Ramilonga – A estética do frio", "Tambong", "Longes", "Satolep Sambatown" (com Marcos Suzano) e
"délibáb".
O
seu primeiro romance "Péquod" (1995)
foi publicado em França pela editora L’Harmattan em 2003. Em 2004, o autor
publicou o ensaio "L’esthétique du froid"
(Conférence de Genève), edição
bilíngue da palestra proferida na cidade suiça. "Satolep" foi publicado em 2008. O seu próximo romance tem lançamento
previsto para o primeiro semestre de 2012.
Os
seus discos têm participações de músicos e artistas brasileiros, argentinos e
uruguaios como Egberto Gismonti, Caetano Veloso, Lenine, Chico César, Nico
Assumpção, Jorge Drexler, Pedro Aznar, Santiago Vazquez e Hugo Fattoruso, entre
outros. Suas canções já foram gravadas por intérpretes como Mercedes Sosa,
Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Jorge Drexler, Gal Costa e Maria Rita, entre
outros.
Em
2008 (por voto popular) e 2011 (por voto da crítica) Vitor Ramil venceu o Prémio
da Música Brasileira, o mais importante do país, na categoria Melhor Cantor
(pelos discos Satolep Sambatown e délibáb, respectivamente). Por os seus
discos Vitor Ramil já ganhou treze Troféus Açorianos, o mais importante do
estado em que vive, no sul do Brasil.
O
seu último disco délibáb (2010), que
figurou entre os melhores discos e shows do ano nas listas de importantes
jornais e revistas brasileiras e argentinas, apresenta doze milongas (género
musical comum ao sul do Brasil, Uruguai e Argentina) compostas por Ramil para
poemas do escritor argentino Jorge Luis Borges e do poeta brasileiro João da
Cunha Vargas.