Dany Silva esteve na Tarde da Antena 1 onde cantou duas canções e conversou com Filomena Crespo.
As músicas deste músico, cantor e compositor cabo-verdiano, nascido na Cidade da Praia em Santiago fazem parte do nosso imaginário colectivo, e a sua influência alarga-se à nova geração de músicos.
Dany Silva a comemorar 40 anos e carreira tem finalmente novo disco, chama-se Canções da Minha Vida, uma colectânea dos seus maiores êxitos aos quais acrescentou ainda uma série de canções que não compôs e que gostaria de ter feito.
Ouça na Antena 1 uma nova versão do clássico "A Banhada" com Jorge Palma.
Sobre Dany Silva
Em Portugal, ainda nos anos 70, ganha vigor a cena cabo-verdiana e o nome de Dany Silva foi começando a ganhar reconhecimento, ao lado de nomes como Bana, os “Tubarões”, ou o outro mítico conjunto “Voz de Cabo-Verde”, liderado por Luís Morais.
Em 1978, Dany, grava o seu primeiro single, “Feel Good”, para a etiqueta de Bana, Monte Cara.
Em ’81, em plena explosão do “Rock português”, Dany lança com a Valentim de Carvalho, o primeiro trabalho em português, o clássico “Branco Velho, Tinto e Jeropiga”.
Segue-se outro single, “Já Estou Farto” e o máxi “Crioula de S. Bento”.
E depois… bem, depois Dany não teve pressa, como é seu apanágio, e preferiu amadurecer canções: o seu primeiro álbum, “Lua Vagabunda”, data de 1986. Produzido pelo seu amigo de sempre Rui Veloso, e por Moz Carrapa, fez-se acompanhar por músicos de luxo como Paulino Vieira, Náná Sousa Dias, Edgar Caramelo, Tomás Pimentel ou o próprio Veloso, e gravou temas como “Banhada” e “Lua ‘Nha Testemunha”.
Em de 1991 chega o segundo LP, “Sodadi Funaná”, que nos trouxe temas como “Ó Bernard”, “Caminho de S.Tomé” e “Mamã África”.
Com o advento do CD, faltava uma antologia em “compact disc” que incluisse os dois primeiros álbuns de originais e peças de colecção perdidas, e já agora, para juntar o útil o agradável, algum material novo que o Dany tivesse para gravar… Nasceu assim, em 1994 “Crioulas de S. Bento – As melhores de Dany Silva”.
Ao vivo, os seus concertos dão-lhe o estatuto de nome incontornável da música de expressão portuguesa. O seu trabalho é simplesmente contagiante.
Em Outubro de 1997, participa no festival Lusófono de Montreux (Suíça).
Em 1998 a convite do Centro Cultural de São Paulo (Brasil) realiza três apresentações ao vivo, com lotações totalmente esgotadas e enorme sucesso. Em Novembro do mesmo Ano, representa Cabo Verde no festival de música Africana em Amesterdão, e a convite de Chico César (Brasil), actua na Praça Sony no espectáculo de passagem do Ano
2000. Depois de uma longa pausa, para compor e amadurecer canções, Dany edita novo CD “Tradiçon”, produzido por Rui Veloso e com participações especiais de Carlos do Carmo, Sara Tavares e “African Voices”, com etiqueta Universal/Polygram. Continua a apresentar- se ao vivo , tendo actuado um pouco por todo o país, ficando na memória de muitos um inesquecível concerto na “Festa do Avante”.
Já em 2007 Dany decidiu voltar aos estúdios de gravação, numa parceria com Barry Marshall, – produtor americano de artistas como La Vern Baker, Peter Wolf, Philip Hamilton entre outros – a partir de onde nasceram dois álbuns gravados entre os Estados Unidos da América (Boston) e Portugal (Estúdio Vale de Lobos de Rui Veloso).
O primeiro desses dois álbuns do Dany, “Caminho Longi”, lançado a 23 de Julho de 2008, trouxe-nos 10 temas inéditos de raiz cabo-verdiana, onde encontramos mornas e coladeras, entre temas de sua autoria, tendo o próprio Dany assinado os arranjos de todas as composições. Aqui sobressaem influências dos mais variados sons e ritmos das “músicas do mundo”: da salsa, aos blues, passando ou o semba e bolero angolanos. Sempre em boa companhia, Dany colaborou aqui com Fausto, grande referência da música popular portuguesa; com o americano Philip Hamilton (Pat Metheny, Bill Evans, Spiro Gira, Donald Fagan, Nancy Wilson, Full Circle, etc.) ou ainda o baixista peruano, a viver nos E.U.A. há vários anos, Óscar Stagnaro, professor na Berkley School of Boston, e músico que o saxofonista Paquito Rivera não dispensa.
Referencia incontornável da música portuguesa há quatro décadas, Dany Silva continua a ser convidado com grande frequência para actuações ao vivo ao lado de nomes tão diferentes como a nova banda de funáná “Fogo- Fogo” ou, mais recentemente, de uma outra lenda da música de Cabo Verde, Tété Alhinho, em concertos no Teatro Tivoli em Lisboa ou Casa da Música no Porto.