Em 2023, o Guimarães Jazz volta a trabalhar o equilíbrio entre a tradição e a inovação, pelo ecletismo estilístico, geográfico e geracional das propostas que nelas participam. Isso não impede, porém, uma atenção particular à cena jazzística nova-iorquina da atualidade e às tendências experimentais, cada vez mais preponderantes na linguagem do jazz contemporâneo.
A abertura e o encerramento do Guimarães Jazz 2023 serão protagonizados por duas orquestras. O primeiro dia será inaugurado por um ensemble que é considerado um dos representantes mais prestigiados da mais pura tradição jazzística nova-iorquina: a icónica Vanguard Jazz Orchestra, ensemble dirigido neste concerto pelo prestigiado Dick Oatts. O último concerto desta edição será da responsabilidade da big band liderada pela compositora e pianista dinamarquesa Kathrine Windfeld, um dos nomes em destaque na nova vaga do jazz orquestral europeu, e que terá como solistas convidados o guitarrista israelita Gilad Hekselman e o saxofonista afro-americano Immanuel Wilkins.
Três grupos com identidades e sonoridades distintas representam uma das mais canónicas formações do jazz: quarteto de piano, saxofone, contrabaixo e bateria. Em primeiro lugar, a banda Something New liderada por Buster Williams, um contrabaixista epicentral do movimento do jazz de fusão, cúmplice criativo do lendário Herbie Hancock. No segundo dia, o quarteto do pianista Aaron Parks, com a missão de interpretar o legado da tradição do jazz norte-americano. Finalmente, o ensemble de composição coletiva e improvisação Landline Plus One atuará no palco principal do Guimarães Jazz e será também responsável pela direção das jam sessions, das oficinas de jazz e do concerto em colaboração com a big band da ESMAE.
O alinhamento do Guimarães Jazz 2023 aborda também as zonas de intersecção do jazz com a experimentação e as tendências vanguardistas da contemporaneidade: um concerto a solo do extraordinário compositor e multi-instrumentista Elliot Sharp, o trio do contrabaixista e compositor britânico Barry Guy e o septeto New Digs. Reeditam-se ainda as parcerias com a Associação Porta-Jazz e com o Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro.