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O AR é o 1° Festival de Cinema Argentino a realizar entre 14 e 17 de Maio, programado e produzido por VAIVEM, uma produtora e distribuidora audiovisual com base em Buenos Aires e Lisboa.
Para esta primeira edição, procurou-se esboçar uma panorâmica sobre este momento tão pujante que está a viver o cinema argentino. Este é um festival novo sobre o que de mais recente se produz nesse país.
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Na primeira década deste século, o cinema argentino despertou com uma enorme frescura criativa, resultado de um novo contexto político e económico, nem sempre estável, é certo, mas favorável à indústria cinematográfica. Com a renovação da narrativa como pano de fundo, nesta segunda década, observa-se um sentido subtil e refinado, que promete um futuro de diversidade e qualidade inquestionáveis.
Os filmes escolhidos são de 2014, quase todos inéditos e compõem um conjunto de seis longas-metragens de ficção, dois documentários e oito curtas-metragens selecionadas do projeto Sucesos Intervenidos, uma iniciativa do Museo del Cine Pablo C. Ducrós Hicken de Buenos Aires e cujo objetivo foi chamar a atenção para a digitalização de arquivos cinematográficos.
Os documentários situam-se ambos numa zona menos tradicional; Carta a un Padre de Edgardo Cozarinky trabalha sobre a cartografia pessoal do próprio realizador e Living Stars de Gastón Duprat e Mariano Cohn leva a democratização do ecrã ao mais extremo limite.
As ficções são Mauro, de Hernán Rosselli e La Salada, de Juan Martín Hsu, ambas primeiras obras de realizadores que dão passos bastante seguros na construção de um universo próprio, tanto a nível narrativo como estético ou temático. Dos Disparos de Martín Rejtman, El Escarabajo de Oro de Alejo Moguillansky, La Princesa de Francia de Matias Piñeiro e Lulú de Luis Ortega são filmes de cineastas consagrados, com presença assídua nos principais festivais internacionais. O panorama destas ficções vai de Shakespeare a E. A. Poe, passando por um tiro na cabeça que não chega a matar e uma cadeira de rodas que, afinal, não é necessária.