CCB convida Kalaf para “Carta Branca” a 29 de Maio
Kalaf Epalanga convida Ana Moura e Sara Tavares para o espetáculo agendado para o dia 29 de Maio, no CCB (Lisboa).
Convidado para o conceito “Carta Branca”, um dos rostos dos Buraka Som Sistema avança para um espectáculo que tem por base o livro de sua autoria, intitulado “o Angolano que comprou Lisboa (por metade do preço)”.
São os sembas, as kizombas e as estórias de hoje que inspiram Kalaf para o concerto no grande auditório do Centro Cultural de Belém. Para a noite, o músico convida Ana Moura, uma das vozes mais brilhantes da atual geração de músicos portugueses, bem como uma parceira de longa data como é Sara Tavares. Com base rítmica que tem por base música tradicional angolana, Kalaf pretende cruzar as referencias musicais de Angola com textos atuais que cruzam visão e atualidade que unem países como Portugal e Angola.
O livro “O Angolano que comprou Lisboa (por metade do preço)” constitui o mote para o espectáculo que Kalaf Epalanga (Buraka Som Sistema) prepara o Centro Cultural de Belém.
O prestigiado centro artístico convida o artista angolano para o espaço “Carta Branca” a ter lugar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém no dia 29 de Maio.
Agitador, poeta, músico, ele mesmo ponto de encontro entre vários polos culturais, Kalaf inspira-se e deixa-se inspirar pela sua Lisboa. As suspresas preparadas para espectáculo são muitas com música vida da raíz angolana e convidados inesperados.
“O Angolano que comprou Lisboa (por metade do preço)” é o titulo do livro da autoria de Kalaf Epalanga, que inspira o espectáculo no CCB. Um punhado de histórias que resultam em canções e as próprias canções que viram história. Para esta viagem, Kalaf rodeia-se de amigos músicos para dar ginga, ritmo e músculo às palavras e ideias num dia único no CCB.
"Lisboa também é Africana, primeiro moura, depois bantu, depois de todos os portos do mundo. Desde há muitos séculos, somos a Mouraria, somos o Poço dos Negros, somos a Rua das Pretas. Nós, nós todos, nós que fizemos Lisboa. Somos o Zé da Guiné, somos o Hernâni Miguel, somos Alcino Monteiro. Somos o Fado, na voz mulata da Mariza ou da Ana – a Moura. Somos as batucadeiras da Voz d’ África e os meninos da Reboleira.
Somos o esplendor das gargalhadas nas esquinas do Bairro Alto, somos as meninas de cabeleira afro tomando de assalto as passarelas. E eles e elas colorindo o asfalto.
Somos a banga dos pretos conduzindo as louras na passada da quizomba. Somos as festas de arromba no B. Leza – que lindo o cavaquinho do John Luz! Somos essa luz que se faz melodia, e o bom dia crioulo acordando o sol no inverno de Lisboa.
Somos a Liberdade na Avenida, desfilando de capulana, ou de bubu colorido, ou de Armani – mas sempre com um sorriso.
É meu este chão que piso! É nosso este chão de Lisboa!"
Texto de José Eduardo Agualusa