O ator e encenador Paulo Renato faria 100 anos esta quarta-feira (23). “Quem o conheceu e quem assistiu às suas representações não esquece a bela voz, o porte elegante, o galã”: assim o apresenta Jorge Afonso, autor de “Uma Noite em Forma de Assim”, numa peça em homenagem a um dos baluartes do teatro português.
Maria Isolete Vieira, filha de Paulo Renato, recorda com “enorme orgulho” o seu pai, que faleceu com apenas 57 anos. Pelas suas palavras, leva-nos num percurso pelos marcos da sua carreira: desde o teatro radiofónico “Simplesmente Maria” aos palcos que partilhou com Vasco Morgado ou Laura Alves, bem como os espetáculos gravados pela RTP. O tributo inclui ainda um testemunho do ator e colega Carlos Quintas.
Paulo Renato estreou-se em Lisboa, no Teatro-Estúdio do Salitre, mas foi ao rotagonizar a peça “Crime e Castigo” em 1950, no Teatro Nacional D. Maria II, que se notabilizou – como recorda Maria João Gama em “Tributo”. Em 1955, contracena com Amália Rodrigues no Teatro Monumental com “A Severa”, mas foi com Laura Alves que formou a sua dupla mais emblemática, com as peças “A Rainha do Ferro Velho” e “O Comprador de Horas”, e os musicais “Margarida da Rua” e “Boa Noite, Betina”.
Raul Solnado foi outro colaborador recorrente de Paulo Renato, que o dirigiu nas peças “Amor às Riscas” e “O Vison Voador”, além de com ele ter contracenado em sketches do mítico programa da RTP “Zip-Zip”.
Como encenador, dirigiu Maria Barroso na peça “O Segredo” e Raúl Solnado nas peças “Amor às Riscas” e “O Vison Voador” laborou no programa Zip Zip em sketches cómicos com solnado. Morreu em 1981, com 57 anos.