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Imagem de Um “cabaret” parisiense em visão pop
Cultura Nuno Galopim | 13 ago, 2025, 00:00

Um “cabaret” parisiense em visão pop

O filme de sucesso de Baz Lurhman foi o ponto de partida para adaptação da mesma narrativa e conceito para os palcos do teatro.

Imagem de Um “cabaret” parisiense em visão pop
Cultura Nuno Galopim | 13 ago, 2025, 00:00

Um “cabaret” parisiense em visão pop

O filme de sucesso de Baz Lurhman foi o ponto de partida para adaptação da mesma narrativa e conceito para os palcos do teatro.

Um cabaré em Paris. Um artista sonhador. Uma cortesã… Um investidor rico… Uma versão empolgante de “Lady Marmalade”… Canções de Elton John, de David Bowie ou dos T-Rex… Bom, os ingredientes não enganam. E todos eles reunidos num único ponto levam-nos à terceira longa metragem do realizador australiano Baz Luhrman, com Nicole Kidman e Ewan McGregor nos papéis principais. Contudo, depois do sucesso nas salas de cinema, esta mesma história, com estas canções e outras mais, muitas delas a piscar o olho a vozes e momentos maiores da cultura pop do século XXI, passaram dos ecrãs para o teatro. E hoje as Notas No Placo levam-nos ao mundo garrido e pop de… “Moulin Rouge”!

Imagem de Moulin Rouge

Moulin Rouge

O filme de Baz Luhrman foi aqui o ponto de partida para uma produção não menos exuberante no palco.

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O cinema dá muitas vezes segundas vidas a musicais que nasceram em palcos de teatro. Mas há exceções que fazem precisamente um caminho inverso. E não são assim tão poucas, com histórias que nasceram nos ecrãs e que depois rumaram aos palcos…

Exemplos são vários, com as mais diversas origens, algumas até mesmo no próprio teatro mas depois com sucesso ampliado por um filme. E esse foi o caso de Billy Eliott, que partiu da peça “Dancer” de Lee Hall, para ganhar uma segunda vida nos ecrãs de cinema na adaptação de Stephen Daldry em 2000. E depois, mais tarde, dado o grande sucesso do filme, esta história conheceu uma nova recriação no teatro, mas desta vez como musical, com canções de Elton John, ou seja o mesmo que deu alma musical ao “Rei Leão” da Disney, mais um êxito de cinema que depois se transformou num musical…

Com berço de facto no cinema, podemos lembrar a história trágica da velha estrela do cinema mudo, Norma Desmond, que conhecemos num dos títulos maiores da filmografia de Billy Wilder, com Gloria Swanson como protagonista. O filme, de 1950, estreou entre nós como “O Crepúsculo dos Deuses” e cedo inspirou tentativas de recriação como musical, a primeira delas ainda nos anos 50 com a própria Gloria Swanson como instigadora… Mas a coisa não chegou a bom porto. Mais tarde a ideia de um musical chegou a passar por uma conversa entre Stephen Sondheim e o próprio Billy Wilder… Mas uma vez mais não aconteceu. Até que, em 1993, a história de Norma Desmond chegou ao palco de um teatro em Londres, com música de Andrew Lloyd Webber.

Mas porque fomos revistar “Sunset Boulevard” de Lloyd Webber? É simples. Este é um exemplo que nos permite abrir caminho para um outro caso de sucesso do teatro musical e que teve precisamente no cinema o seu ponto de partida. E neste caso está na berlinda um filme que o realizador australiano Baz Luhrman apresentou em 2001, evocando uma das mais históricas casas noturnas de Paris… Mas neste Moulin Rouge de ficção há uma série de figuras a ter em conta: uma cortesã, um empresário com dificuldades financeiras, um duque com conta bancária a abarrotar e um jovem autor, que rumou a Paris com um uma mão cheia de sonhos…



A terceira longa metragem de Baz Luhrman cimentou uma relação muito particular do realizador com a música e que tinha muito a ver com a recontextualização de êxitos de várias épocas e geografias para servirem de tijolos na construção de uma narrativa na qual a música tem um papel determinante.

O seu percurso começou em 1992 com “Strictly Ballroom”, um filme centrado nos universos das danças de salão em cuja banda sonora surgiam ora uma remistura de “Love Is In The Air” de John Paul Jones ou uma nova versão de “Time After Time”, o clássico de Cindy Lauper. O filme, que entre nós estreou como “Vem Dançar!”, uns anos mais tarde, já em 2011, conheceu uma adaptação ao teatro na Austrália e chegou ao west end londrino em 2016. Nesse primeiro filme havia já indícios de uma ideia, que ganhou outra ambição no episódio seguinte, num filme de orçamento maior, com Leonardo DiCaprio e Claire Danes nos papéis principais e uma peça clássica de William Shakespeare no centro da trama. “Romeo + Juliet”, que já tinha conhecido outras adaptações ao cinema (de George Cukor em 1938 a Franco Zeffirelli em 1968) era agora apresentado sob um prisma diferente. Mais pop. E tinha canções dos Radiohead, dos Cardigans, dos Garbage ou de Kym Mazelle… E uma versão de “When Doves Cry” de Prince.

Como não há dois sem três, um filme novo surgiu em 2001 para concluir o que ficou conhecido como a trilogia de veludo vermelho do realizador. Com uma piscadela de olho à “Dama das Camélias” de Alexandre Dumas, uma outra à “La Traviata” de Verdi e ainda uma terceira a “La Bohéme” de Puccini, “Moulin Rouge” apontou a trama, situada em Paris, a um calendário algures no início do século XX.

Mas a música, desde logo na versão para cinema, baralhou todas as coordenadas… Juntou o Can Can de outros tempos a Bowie e Beck, mostrou um “Like a Virgin” de Madonna radicalmente transformado, aplicando depois uma regra semelhante ao “Roxanne” dos Police ou a “Your Song” de Elton John. E ainda citou “Children of The Revolution” dos T-Rex ou “Diamonds Are a Girls Best Friend” de Marilyn Monroe… E isto é só a ponta do véu…

Dezassete anos depois, quando levou a ideia do ecrã para o palco, John Logan juntou uma mão cheia de canções que amplificaram a carteira de êxitos pop em jogo… Beyoncé, Rihanna, Lady Gaga, Lorde, Katy Perry, Rolling Stones, U2, Talking Heads, David Bowie, Edith Piaf, os Outkast ou os Queen, entre muitos muitos mais, estavam agora em cena.



Por exemplo, a sequência que vemos na abertura do segundo acto da adaptação de Moulin Rouge ao teatro junta “Bad Romance” de Lady Gaga, “Tainted Love”, celebrizada pelos Soft Cell, “Seven Nation Army” dos White Stripes, “Toxic” de Britney Spears e “Sweet Dreams (Are Made Of This)” dos Eurythmics. Pop dos oitentas, noventas e do século XXI, indie rock… E na plateia a reação é inevitável. Todos reconhecem as canções originais e a identificação é imediata com a nova abordagem.

Esta adaptação ao formato de musical de palco, assinada por John Logan, um dramaturgo e argumentista norte-americano com experiência tanto nos mundos do teatro como do cinema, teve estreia no Colonial Theatre em Boston em julho de 2018. Moulin Rouge chegou à Broadway em 2019, à Austrália em 2021, ao West End londrino em 2022 e conheceu a sua primeira digressão mundial a partir de junho de 2025, para já com paragens em Bristol, Manchester, Birmingham, Dublin e Zurique.

Em termos formais, “Moulin Rouge” corresponde àquilo que se designa como jukebox musical. Ou seja, resulta da reunião de canções previamente existentes que passam a ser integradas no quadro de uma nova narrativa. Neste caso, a trama que era já conhecida no filme de Baz Luhrman, aqui e ali com uma nova achega…

Convenhamos que a ideia não é de todo nova. E aqui podemos recuar quase um século e lembrar “Um Americano em Paris” de Gershwin… Este poema sinfónico de 1928 foi algum tempo depois (já em 1951) o mote para a criação de um filme musical, com o seu mesmo título, ou seja Um Americano em Paris que recrutou então canções de vários momentos da obra deste compositor norte-americano como “I’ve Not Rhythm”, “Embraceable You” ou “I’ll Build a Stairway to Paradise”, todas elas com origens diferentes, reunidas agora sob uma nova história. O filme, de Vincent Minelli, com Gene Kelly e Leslie Caron, e que conheceu mais tarde adaptações ao teatro, corresponde a um exemplo antigo desta mesma ideia de criação de um musical a partir de canções pré-existentes. Na verdade isto era algo que o vaudeville já antes fazia…

Muitos jukebox musicals surgiram para contar as histórias de vida de músicos como os Queen, Tina Turner, Michael Jackson ou Buddy Holly, este último tendo antecedido os demais, numa produção estreada em Plymouth, no Reino Unido, em 1989… Contudo, o boom deste filão aconteceu em 1999 com “Mamma Mia”, criado a partir de canções dos Abba. No fundo, Moulin Rouge faz parte desta história.

Já agora, como curiosidade, podemos acrescentar que o Moulin Rouge, o real, de Paris, foi inaugurado em 1889 e os seus primeiros proprietários eram também donos do mítico Olympia. O edifício original foi destruído por um incêndio em 1915 e reabriu, dez anos depois, em 1925 no Boulevard de Clichy, junto da estação de metro Blanche, e a dois passos de salas importantes da cena musical parisiense como o Le Divan du Monde, a La Cigalle e o Elysée Monmartre. Estando na rua é nada difícil localizar o Moulin Rouge, já que o mítico moinho vermelho sobre o telhado deixa claro onde fica o X no mapa.

Quando abriu as portas, na sua morada original, a sala apresentava uma arquitetura inovadora, que permitia uma maior interação entre o palco e o público. Desta sala histórica, e desses tempos, contam-se histórias de noites extravagantes, com champanhe e passos de can can que, de certa forma, ficaram fixadas nos desenhos e nas pinturas de Toulouse Lautrec.

Como curiosidade vale a pena acrescentar que a iconografia do Moulin Rouge chegou a mais destinos para além do filme de Baz Luhrman e do musical que depois surgiu. Por exemplo, em 1987, vimos uma representação do Moulin Rouge no filme-concerto “Sign O’ the Times” de Prince.

Texto e programa de Nuno Galopim

O novo episódio de “Notas no Palco” encontra-se já disponível na plataforma RTP Play. Uma versão com mais texto e mais entrevistas está disponível nas plataformas de streaming Spotify e Apple Podcasts.

Os episódios desta primeira temporada de “Notas no Palco”, com autoria de Nuno Galopim, incluem entrevistas com Joaquim René (diretor dos teatros Variedades e Capitólio), o encenador Paulo Sousa Costa, os atores (e cantores) Fernando Fernandes (FF), Sissi Martins e Mariana Marques Guedes e ainda o crítico de cinema João Lopes.

Notas no Palco

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