Nome: Francisco Duarte
Localidade: Lisboa
Letras: Major Baleão / Incêndio na Estrela
Major Baleão
Eu sou o major Baleão
Pus essa bala no teu coração
Ouvi gritar sem saber se doeu
Mas quero o que é meu…
Eu sou a princesa atingida
Quando acertaste eu andava perdida
Queres o que é teu mas fizeste uma frida
Vem devagar…
Então vou esperar que a manhã nos aqueça
Então mete a mão nessa frida depressa
Que o calor faz com que a noite tropece
E à noite o calor de uma mão
Esfria o senão da certeza de um beijo feliz
Será que adivinhas? Fui eu que te quis!…
Desculpa então devo partir
Tenho remorsos da bala ferir
Já não consigo pensar sem agir
Portei-me mal…
Não, ‘tás errado não vás
A dor dessa bala já está lá para trás
Preciso de um homem certeiro e capaz
De inventar a luz
Mas eu só de balas e pistolas sei
Então se quiseres sê das armas um rei!
Mas já pensaste no bom que seria
A gente emprestar-se um ao outro
Ardermos num só sem saber qual de nós odiar
Será que doía, darmos um nó?
Incêndio na Estrela
Junto à Assembleia
Há aquela rua que desce da Estrela
Que às vezes incendeia
Quando te lembras de passar nela
E eu passado desse forte calor
Ofereço-te uma flor
Um pouco mais à frente
O Bairro Alto vê o clarão
E eu atrás do cometa
Tento a rota de colisão
E numa timidez que me ocorreu:
“olá Joana sou eu”
Refrão
p’ra que o teu nome nunca mais desapareça
vou condensá-lo numa núvem de ilusão
p’ra quando o sol tambem se apaixonar e se esqueça
o teu nome há de chover até fazer poças no chão
aqui no meu coração
também o mapa todo inflamou
e já só vejo o desenho
daquela rua que te encontrou
e quando o teu sorriso viu-se no meu
o fogo aqueceu
e quando demos um beijo
até o Tejo asfixiou
parece o meu desejo
de tanta luz que respirou
e esse salto da varanda para mim
parece queimar sem fim
Refrão