Rodrigo Leão nos sintetizadores, Gabriel Gomes no acordeão, a voz de Miguel Borges e o fantasma de Mário Cesariny: estes são os constituintes de um projeto que exalta a poesia sempre nova do homem surreal que escreveu como pintou e que pintou como escreveu. No centenário do poeta pintor, Os Poetas pintam novos quadros sonoros para as palavras de Cesariny numa vénia que é agitação, que é demanda de novos sentidos porque a língua continua a desenrolar-se, a moldar-nos.
O Homem em Eclipse é portanto uma celebração, com a matéria poética de Cesariny no centro, e a música e a voz de Miguel Borges a tomarem essa matéria como ponto de partida para uma fascinante viagem. Uma viagem para que os ouvintes são também convocados e onde todos podemos tentar encontrar-nos. Talvez nos intervalos daqueles sentidos que permanecem.