Chegou hoje ao fim a 20.ª edição do Festival MED. Na emissão especial da Antena 1 foi revelado, em prineira mão pelo Presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, e por Carlos Carmo, diretor do Festival MED, que Cabo Verde será o país convidado em 2025.
No último dia de MED, a Antena 1 dedicou-se às homenagens prestadas por Cristina Branco, que trouxe o repertório de José Afonso ao Palco Cerca, e Lina, que cantou Camões no Palco Chafariz. Rita Vian também veio à antena falar-nos sobre o seu concerto no Palco Castelo.
Cristina Branco canta José Afonso e Lina evoca Camões
No Palco Cerca, Cristina Branco subiu a palco com Ricardo Dias no piano, Bernardo Moreira no contrabaixo, Alexandre Frazão na bateria e Mário Delgado na guitarra elétrica para dar voz às canções de José Afonso. “Aprendi muito como cantora e pessoa com a música do José Afonso”, conta a artista à plateia preenchida e preparada para ecoar os coros de clássicos como “Canção de Embalar” ou “Os Índios da Meia Praia”.
Na emissão da Antena 1, falou-nos sobre o álbum “Abril”, editado em 2007, e sobre a vontade de expandir este repertório, que tanto tem para dizer. “A mensagem do José Afonso é simples e muito clara, por isso é muito bom dar-lhe uma nova vida”, diz-nos Cristina Branco, que começou a ouvi-lo muito antes de imaginar que viria a ser cantora: “era o que eu ouvia em casa: Adriano de Oliveira, Zeca, José Mário Branco… acho que se aprende muito ouvindo. É muito importante ouvir para poder ver melhor, esse é um dos meus motes para a vida.”
A homenagem a José Afonso não foi a única da noite. Lina levou “Fado Camões”, disco editado na ocasião do 500.º aniversário de Camões e que transpõe a sua poesia para paisagens melancólicas, celebratórias e africanizadas. Foi Amália quem abriu caminho com “Amália Canta Luís de Camões” (1965), devidamente relembrada na emissão da Antena 1. “Amália deixou a possibilidade de podermos cantar os poetas sem termos a proibição de o fazer. Deixou de ser uma ousadia e passou a ser importante para o cruzar das palavras através dos séculos”, diz-nos Lina, que se foi apaixonando pela lírica e temáticas do poeta, e que viu no exercício de encaixar a métrica de Camões no fado tradicional um desafio aliciante.
“Tentei dar mais de mim do que nos outros discos, pelo facto de também ter composto duas músicas: “Saudade, morrerei ou não” e “LINA_Vaz de Camões””, diz-nos ao passo que enfatiza a importância de ter no projeto Justin Adams (que trabalhou com nomes como Robert Plant, Brian Eno ou Sinead O’Connor”) e John Baggott, produtor de bandas como Portishead ou Massive Attack.
Foi um dia recheado de cantoras portuguesas, ao qual não faltou Rita Vian que, abaixo, conta-nos a sensação de tocar no Palco Castelo no último dia do Festival:
Cabo Verde é o país convidado de 2025
O Presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, e o diretor do Festival MED vieram até à Antena 1 para dar a notícia em primeira mão: depois de Marrocos, Cabo Verde será o país convidado em 2025. “A ideia do país conceito foi uma aposta ganha, e a prova disso é que temos recebidos inúmeros comentários positivos de que foi bom inovar”, declarou Vítor Aleixo.
“[Cabo Verde] é um autêntico viveiro de músicos e de música de uma riqueza musical absolutamente invulgar. Vamos, ainda sem acordo prévio, dirigir-nos às autoridades de Cabo Verde, que é um país amigo com o qual temos muitas afinidades, e com o qual temos uma geminação em Loulé, com Sal Rei, na Boavista.”