Morreu esta madrugada, aos 88 anos, o encenador e ator Carlos Avilez. Nascido em 1935, Carlos Vítor Machado, mais conhecido por Carlos Avilez, fez a sua estreia como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro, onde permaneceria até 1963.
Seguindo o conselho de Amélia Rey Colaço, escolheu dedicar-se à encenação. Ainda nesse ano, levou à cena a peça “A Castro”, de António Ferreira, numa ousada encenação que logo lhe valeu o epíteto de enfant terrible do teatro português. Antes de fundar, em 1965, o Teatro Experimental de Cascais, passou pela Sociedade Guilherme Cossoul, pelo Teatro Experimental do Porto e pelo CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra.
Trabalhou em França com Peter Brook e também na Polónia, com Jerzi Grotowsky. Entre 1994 e 2000, foi diretor do Teatro Nacional D. Maria II, tendo sido também presidente do Instituto de Artes Cénicas. Fundou em 1993 a Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde foi diretor e professor.
É comendador da Ordem do Infante D. Henrique e recebeu ainda, entre outras distinções, as medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril.
Texto de Nuno Camacho
Recupere acima uma conversa com Carlos Avilez, no programa da RDP Internacional “Germano Campos Entrevista”. “Uma grande lição de vida e de teatro”, a propósito de uma encenação no Teatro Experimental de Cascais, dada a 25 de julho de 2017.