Foi em 1979 que um congressista democrata e um senador republicano entregaram uma proposta para a criação de um feriado no dia do nascimento de Martin Luther King Jr, figura determinante na história da luta pelos direitos civis nos EUA, grande orador e mobilizador de atenções, defensor de uma estratégia de ação pacífica, assassinado em Memphis, no Tennessee, em 1968. Por cinco votos a lei não passou na primeira votação, surgindo então várias vozes a contestar a proposta, algumas alegando o impacte económico da criação de mais um feriado.
Foi então montada uma companha de recolha de assinaturas em defesa desta proposta. E uma das principais forças da comunicação em favor desta campanha foi uma canção então criada Stevie Wonder e que rapidamente se tornou num dos seus maiores casos de sucesso. Seis milhões de assinaturas foram recolhidas e, a 26 de junho de 1981, “Happy Birthday” (incluída no álbum de 1980 “Hotter Than July”) conheceu edição em single, contando a versão mais longa no doze polegadas alguns excertos de discursos de Martin Luther King Jr.
Dois anos depois da edição em single, e finda uma nova ronda de votações no Congresso e Senado dos EUA que desta vez apresentou resultados claramente favoráveis à instituição do feriado. Desde então, e sem esquecer o motivo da sua criação, “Happy Birthday” é tocada em festas de aniversário por todo o mundo. Mas esta foi a sua história: uma campanha pela memória de Martin Luther King.
Texto de Nuno Galopim
“Happy Birthday” foi o destaque desta segunda-feira no “Gira Discos (Diário)” de Nuno Galopim.