Director do Museu Nacional de Arqueologia, formado em História, professor, investigador e mira de arqueólogo. O caderno de campo é vasto e coube-lhe a missão de executar o projecto de reabilitação, renovação e reprogramação duma casa “onde cabe o país todo”. De José Leite Vasconcelos a António Carvalho, quantas histórias cabem num Museu?
47 carroçadas, foi quanto custou ao erário público o transporte das peças do Museu da Academia de Ciências (primeira morada) para o Mosteiro dos Jerónimos. A factura é um dos muitos achados da equipa dirigida por António Carvalho, no processo em curso, deixando à imaginação de cada um, o desfile de 47 carroças pelas ruas de Lisboa com o acervo do Museu fundado por José Leite Vasconcelos em 1893. A 22 de Abril de 1906, um domingo, as portas abrem-se na Praça do Império para a grande inauguração.
Mudam-se os tempos, mas a identidade permanece. E cresce. O Museu Nacional de Arqueologia, encerrado desde 2022, renova-se ao abrigo do PRR, preparando uma nova etapa, cuja reabertura deve acontecer em 2026. É um Museu aberto para obras, na feliz expressão escavada pela equipa dirigida por António Carvalho, permitindo visitas programadas, acesso da academia e das universidades, enquanto o trabalho de desmontagem, restauro e conservação faz o seu caminho. Mas as portas voltam a abrir no próximo dia 30 para um encontro de escuta externa. Pretexto para ouvirmos o director do Museu, guardião dos tesouros e das tantas histórias sobre o povoamento do território português. António Carvalho é Pessoa para Isso.