Referência maior na história da canção portuguesa, Simone de Oliveira (nascida a 11 de fevereiro de 1938) deu os primeiros passos na música ao frequentar o Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional em finais dos anos 50. Começou por cantar nos programas de Mota Pereira e estreou-se frente a uma plateia em janeiro de 1958, ano em que edita o seu primeiro EP.
A sua discografia na década de 60 é extensa e envolve sobretudo o formato do EP, incluindo tanto canções originais para si criadas como versões em português de temas de sucesso em discos e filmes internacionais. Representou Portugal na Eurovisão por duas ocasiões, a primeira com Sol de Inverno (1965), a segunda com Desfolhada (1969). Esta última canção tornou-se entretanto num dos maiores clássicos da canção portuguesa e encetou um importante relacionamento da cantora com a poesia de José Carlos Ary dos Santos.
Uma mudança de voz ocorrida após uma situação clínica grave no início da década de 70 abriu caminho a uma outra abordagem à canção que se espelhou numa série de álbuns que lançou nos anos 70 e 80 e nos quais surgiram alguns dos temas de referência da sua discografia. Em 2000 os Cool Hipnoise chamaram-na para cantar Sem Plano, gesto que estabeleceu uma importante ligação entre Simone de Oliveira e as novas gerações. Em 2013 regressou a estúdio para fazer, com Pedaços de Mim, o seu primeiro álbum de inéditos em largos anos. À música a carreira de Simone de Oliveira juntou ainda um importante espaço de trabalho como atriz no teatro, cinema e televisão.
Em 2018 foi homenageada no Festival da Canção. Em 2022 despediu-se dos palcos da música com um concerto com casa cheia no Coliseu dos Recreios.