Concertos:
CCB – 3 de Junho
Casa da Música – 6 de Junho
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CARLOS MARIA TRINDADE
Carlos Maria Trindade é, sem dúvida, um dos pilares maiores da modernidade musical portuguesa e, o seu currículo praticamente indissociável dos mais importantes momentos das últimas três décadas. Como músico, integrou grupos fundamentais como os Heróis do Mar e Madredeus, duas das mais importantes e inovadoras aventuras musicais portuguesas. Enquanto produtor, envolveu-se em registos marcantes das discografias de Pedro Abrunhosa, António Variações, Xutos & Pontapés, Delfins, Paulo de Bragança ou Mariza, para citar apenas alguns exemplos.
Foi igualmente um importante executivo da indústria discográfica, tendo sido responsável pelo Departamento de Artistas e Reportório da Editora Polygram, actual Universal.
Pode dizer-se, portanto, que conhece a nossa música como poucos. Mas, talvez por causa da riqueza deste currículo, a sua própria música a solo é, ainda hoje, um privilégio de poucos.
Em 1991 lançou o seu registo de estreia em nome próprio, Mr. Wollogalu, uma colaboração com Nuno Canavarro. Um importante marco da música electrónica. Percurso continuado em 1996 com a edição de Deep Travel, trabalho em que a electrónica se cruzava com sonoridades próximas da world music e que contava com a colaboração de Natacha Atlas, vocalista dos Transglobal Underground.
Embrenhado na carreira internacional dos Madredeus, Carlos Maria Trindade conseguiu ainda assim arranjar tempo para outros projectos, como o seu Estúdio Nómada, situado no Alentejo, onde se tem dedicado à produção de música electrónica e ambiental, bem como a dar resposta a encomendas como R.U.R., peça de teatro de Leonel Moura para que compôs, em 2010, música original.
Em 2011 é editada a compilação "20 Músicas Nómadas" que funcionou como uma retrospectiva do seu trabalho a solo, ao longo de mais de vinte anos.
Em 2015,do vasto universo de composições de CMT chega Oriente, o seu novo trabalho. O Oriente é aqui o fio condutor das impressões que foi recolhendo ao longo das suas extensas viagens e que tanto transparecem na sua música, uma colecção de temas originais e alguns outros já editados organizados segundo uma perspectiva mais orientada para as novas tendências da música electrónica, ambiental e erudita.
Classic Waves
Classic Waves é um conceito agora apresentado pela Uguru, nascido de uma larga experiência com a produção de espectáculos de uma área mais erudita. Sob essa designação anuncia-se para já um ciclo de concertos que decorrerá entre Março e Junho no CCB, em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto. Mas pretende-se alargar a marca Classic Waves a outro tipo de iniciativas, nomeadamente da área editorial.
O ciclo de concertos agora anunciado foca-se então no universo musical designado internacionalmente como “Modern Classics” e que abrange estilos que vão desde a música clássica contemporânea a expressões mais alternativas que passam pela electrónica, new age ou post rock. Nesta primeira edição, Classic Waves incluirá concertos exclusivos de artistas como Rodrigo Leão– com o projecto A Vida Secreta das Máquinas -, Rui Massena, Danças Ocultas & Orquestra Filarmonia das Beiras, Carlos Maria Trindade, o jovem André Barros ou valores seguros da cena internacional como Wim Mertens ou Hauschka.
Esta é uma das áreas mais entusiasmantes do panorama musical internacional, ponto de cruzamento de tradições e de gestos inovadores, onde o passado e o futuro se encontraml E os públicos, cada vez mais exigentes, não se coíbem de aplaudir artistas que reinventam territórios e regras a cada novo trabalho, como é o caso dos artistas que foram escolhidos para a programação desta série de concertos.
Este ciclo é a sequência natural do trabalho que a UGURU tem desenvolvido em Portugal nos últimos anos, promovendo concertos de nomes como Ludovico Einaudi, Wim Mertens, Rodrigo Leão Leão, Michael Nyman, Jon Hopkins ou Olafur Arnalds, ajudando portanto a formar um público aberto a propostas estéticas mais desafiantes.