Após 4 anos, Teresa Salgueiro regressa às edições discográficas com o álbum O Horizonte que será colocado à venda durante o mês de Outubro.
Os concertos de apresentação de O Horizonte terão lugar no dia 8 na Casa da Música e no dia 9 no Centro Cultural de Belém.
Ana Sofia Carvalheda conversou com a cantora-compositora que lhe desvendou este seu novo trabalho de originais.
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Não é exagero classificar a voz de Teresa Salgueiro como um dos tesouros imateriais da cultura portuguesa contemporânea: o seu percurso de três décadas, iniciado com os Madredeus em 1986, e prosseguido, a partir de 2007, em nome próprio, garantiu-lhe sólido reconhecimento internacional e um carinho muito especial por parte do público português que se habituou a encontrar na sua voz uma das mais belas marcas da sua própria identidade.
Depois de múltiplos projetos em que colaborou com diversos artistas e explorou um vasto leque de influências, Teresa Salgueiro inaugura uma nova faceta ao produzir o seu primeiro álbum autoral O Mistério em que assina a escrita da música e das letras. Com este disco, realizou uma viagem ininterrupta durante 4 anos, revisitando as maiores salas de espetáculos do Mundo.
O Horizonte, o seu novo álbum, composto por material inteiramente original, será o mote para as suas apresentações na Casa da Música, Porto, e no Centro Cultural de Belém, Lisboa. Neste novo espetáculo Teresa Salgueiro assume-se como criadora de ambientes mágicos de uma beleza indiscutível e revela a singular multiplicidade das suas facetas artísticas, ao interpretar os seus arranjos originais para canções portuguesas, temas do seu repertório de autora, sem esquecer a homenagem ao seu antigo grupo, em canções que todos sentimos de forma muito próxima.
TERESA SALGUEIRO
Teresa Salgueiro é, sem dúvida, uma figura artística ímpar no nosso País e, desde há quase três décadas, constitui uma imagem emblemática de Portugal no mundo.
O seu percurso na música inicia-se em 1986 quando, com apenas 17 anos, é convidada para integrar a fundação do grupo Madredeus, gravando 9 discos de música original, criada especificamente para a sua voz. Entre 1987 e 2007, vinte anos de viagem e mais de cinco milhões de álbuns vendidos em todo o mundo tornaram os Madredeus nos primeiros embaixadores internacionais da música feita em Portugal depois de Amália. E Teresa Salgueiro, com a sua presença discreta e delicada e a sua voz extraordinária, foi a “figura de proa” dessa nau musical. Ouvimos a sua voz crescer e tornar-se num instrumento de uma beleza única, elegante e envolvente, o seu talento de intérprete a desabrochar com cada nova gravação e cada nova viagem; vimos a sua presença em palco construir-se como a de uma mulher de corpo inteiro que simbolizava, mais do que um país, uma alma.
Convites de nomes tão distintos como José Carreras, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carlos Núnez, Angelo Branduardi ou Zbigniew Preisner reconheceram Teresa como uma das grandes cantoras contemporâneas, independentemente da nacionalidade. E, enquanto a viagem com os Madredeus chegava ao fim, Teresa começava a esboçar os passos seguintes do seu percurso, aventurando-se com gravações e concertos em que colaborou com artistas distintos de diversas nacionalidades. Os novos trabalhos trouxeram o mundo para Portugal, tornando a voz de Teresa, mais do que apenas nossa, global.
Em 2011 retira-se para o Convento da Arrábida, onde grava o disco no qual assume a produção, bem como a direção musical e a escrita da música e letras. Com O Mistério prossegue a sua ininterrupta viagem à volta do mundo, tocando nas mais importantes salas para plateias que acorrem com entusiasmo e curiosidade ao re-encontro com esta Voz que escutam com paixão há tantos anos. A qualidade da suas interpretações, bem como o rigor técnico dos espetáculos que idealiza, têm sido alvo de rasgados elogios, por parte, tanto da Crítica, como do grande Público.
A viagem de O Mistério proporcionou ainda uma nova aventura que se traduziu na criação de arranjos originais para uma série de canções mexicanas e latino americanas, culminando com a edição exclusiva para o México do disco La Golondrina y El Horizonte e consequentes apresentações ao vivo, com estreia mundial no Festival Cervantino.
O Horizonte, o novo álbum original a ser publicado durante 2016, é simultaneamente a afirmação do sonho, expresso na valorização da criação e interpretação de um repertório original, e a crença profunda de que o encontro com as nossas raízes, com a nossa memória, constitui o corpo que nos permite caminhar ao encontro desse mesmo sonho.
Na digressão que a levará por todo o mundo a partir de 2016, apresenta-se com um novo espetáculo em que celebra todas estas facetas, trazendo-nos a interpretação de arranjos originais para canções portuguesas, de temas dos seus discos autorais e não esquecendo a homenagem ao seu antigo grupo.
Teresa Salgueiro, acompanhada pela banda que formou desde 2012, desenha-nos um roteiro por um elaborado, delicado e profundo tecido de emoções em que nos demonstra, sem sombra de dúvida, a sua reputação de criadora de ambientes mágicos de uma beleza indiscutível.