"Ao longo de quarenta anos, que vem comemorando nestes dias, a Brigada Victor Jara gravou e levou aos palcos mais de uma centena de canções de raiz tradicional.
Quarenta anos de cantigas vindas de um chão em que viveram outras vidas – onde foram feitos de trigo, embalo de menino, incitamento de homens e de bichos, testemunho de fé.
No palco aonde as fomos levando ganharam novos timbres, mais vozes, outras idades. Para este concerto serão estas as cantigas que traremos, umas daqui, outras dali, todas elas, sinal de que a gente que na (da) terra vive não se limita à produção do alimento da barriga – é da alma que se ocupa, sabido o descuido de que os deuses são capazes. Desta vez outros timbres, outros tecidos entrarão nas suas vidas – as das cantigas e as da Brigada. A Banda Amizade estará no palco, não como um traje que se veste, mas como corpo inteiro dos próprios cantos populares, ela mesma instituição do povo e da Música da nossa terra."
Brigada Victor Jara
Oficina de Canto Tradicional
Catarina Moura e Manuel Pires da Rocha
- 4 de Fevereiro 2016 | 11h00
Fala-se
de música tradicional e fala-se de quê? De música, claro está… E de
“tradição” que é o mesmo que dizer os gestos, os dizeres, cantigas e
fazeres que eram os dos antigos e se passaram de boca em boca num tempo
de vidas misturadas com a terra. Há quem ponha esta música em cima de um
palco e a verdade é que aquele é um bom lugar para ver e ouvir aquilo
que vale a pena. Mas aqui a tarefa é mesmo a de FAZER – cantar as
músicas que já foram de festas e de trabalhos, de amores e de amarguras,
de dias e de noites num tempo em que eram precisas a quem as cantava e a
quem as ouvia. Algumas já não se usam, mas a beleza das melodias e a
graça das palavras continuam a precisar das nossas vozes.
Daí
esta oficina! Vamos aprender cantigas de todos os tempos e dos muitos
lugares da existência humana. E depois, levamo-las para o palco, pois
quem canta coisas lindas é merecedor de as mostrar!
Concerto Brigada Vitor Jara e Banda Amizade
- 4 de Fevereiro 2016 | 21h30
Vindos de passados mais ou menos longínquos e de tradições mais ou menos irmãs, colhendo saberes de variadas gerações e herdando sons, imprimindo-lhes dinâmicas das mais diversificadas vivências, vêm desembocar em Aveiro duas identidades coletivas distintas, construídas a partir de inúmeras experiências individuais, à procura, sobretudo, de uma nova experiência e de partilha e diálogo com o público.