SARA TAVARES TRAZ O (SEU) MUNDO A BRAGA
Sara Tavares pisa o palco principal do Theatro Circo no próximo dia 16 de fevereiro – numa sala com escassos bilhetes disponíveis – para apresentar o mais recente e aclamado disco Fitxadu que acabou com o hiato de oito anos sem gravar.
Quem não se recorda de uma artista chamada Sara Tavares vencer há 24 anos a primeira edição do Chuva de Estrelas? O mundo mudou (como sempre) mas a mestria desta artista jamais se alterou. Depois dos grandes sucessos de Balancê e Xinti, de diferentes abordagens à música que queria compor que a levaram até Nova Iorque para falar com produtores de artistas como Lauryn Hill ou a trabalhar com o produtor congolês Lokua Kanza (Salif keita, Omou Sangaré, Miriam Makeba), Sara Tavares acaba por parar para respirar da vida de artista que ameaça a sanidade de qualquer um. A mesma admite numa entrevista que não é “exatamente uma artista de rock” e a vida arranjou forma de a aliviar.
O ano de 2017 é diferente: volta ao aos discos e aos palcos.
Fitxadu traz as percussões e a eletrónica numa linguagem que projeta a artista para uma sonoridade mais vanguardista que vem reforçar como um dos nomes mais inventivos e originais da música lusófona. Sara Tavares fez-se rodear de muitos e bons artistas para construir esta relíquia: Kalaf Epalanga, Toty Sa’Med, Manecas Costa, Bilan (Cachupa Psicadélica), Princezito, Nancy Veiria, Paulo Flores, entre outros.
Depois de um período de muitas alterações na vida da artista, este é um disco de renovação, de encerramento de um ciclo e abertura de um novo. Sara Tavares é um dos talismãs da música e da arte de se ser humano com música ao barulho.
No dia 16 de fevereiro, a festa será tanto sua como do público do Theatro Circo. Não é por acaso que os bilhetes voaram há meses. Os poucos bilhetes que restam são de quem os apanhar (mais propriamente na bilheteira do Theatro Circo).