Nasceu em Lisboa e já montou tenda no alto de todas as serras e nas margens de todos os rios. Duarte Belo é arquitecto de formação, mas entregou-se a tempo inteiro à paixão maior que o leva a percorrer, a pé, o território português para nele pressentir e registar a respiração mais íntima. A todo o tempo relembra os grandes mestres, Orlando Ribeiro, Suzanne Daveau, José Mattoso. Com a geógrafa e o historiador assinou “Portugal-O Sabor da Terra”, uma obra notável para o pavilhão português da Expo-98. Viajou pela Amazónia, sentiu o silvo do “vento sobre a terra”. Um destes dias, sentámo-nos à conversa na mata do Fontelo, em Viseu, onde vive.
A conversa permite recordar a grande aventura que levou Duarte Belo a publicar o livro “Caminhar Oblíquo”, depois de cumprir um percurso de mais de 500 km, entre o Penedo Durão, um grande mirante sobre o Douro, e o Cabo da Roca, retomando os trilhos de Orlando Ribeiro. Duarte Belo anda por estes dias a fotografar cidades. Durante a conversa, os pavões do Fontelo não pararam de gritar