Um dos principais símbolos da cidade de Loulé – o Mercado Municipal – recebe este ano o Ciclo de Cinema MED que, nos dias que antecedem o Festival, leva a sétima arte dos vários cantos do mundo a este edifício emblemático que é também um espaço de comércio no dia a dia. A parceria do Loulé Film Office com o prestigiado IndieLisboa – Festival Internacional Independente de Lisboa é uma das novidades deste ciclo.
Através desta cooperação, o Cinema MED irá apresentar películas que já passaram pelo IndieLisboa, evento que é já uma referência na indústria cinematográfica.
No arranque da programação, segunda-feira, dia 25, pelas 21h00, serão apresentadas seis curtas-metragens premiadas: Solar Walk (Grande Prémio de Curta-Metragem), de Réka Bucsi, uma viagem entre o microcosmos individual e o todo da galáxia; Rabbit’s Blood (Prémio Turismo de Macau para Melhor Animação), de Sarina Nihei, uma narcotizada versão da Alice no País das Maravilhas com sociedades secretas, punhais voadores e futurologia; Matria (Prémio Turismo de Macau para Melhor Ficção), de Álvaro Gago, o retrato de uma mulher imparável, Ramona, que entre todas as dificuldades consegue encontrar tempo para a sua neta; Waste N0.5 The Raft of the Medusa (Prémio Amnistia Internacional), em que o realizador parte do famoso quadro do subtítulo para refletir sobre os barcos dos refugiados que são expostos em espaço museológico; Tremors (Prémio Escolas) de Dawid Bodzak, um conto atmosférico que retrata uma adolescência polaca sobre skates, em particular um rapaz afligido por tremores, onde o facto e a representação se confundem; e Stay Ups (Prémio do Público Curta-Metragem), de Joanna Rytel, uma reflexão sobre a dificuldade de se ser mãe solteira com uma vida sexual saudável: a realizadora, de meia-idade, tem um visitante noturno, mas antes que ele chegue há que ensinar o filho a ficar muito bem escondido atrás do sofá.
Já na terça-feira, dia 26, é apresentado o filme Baronesa, de Juliana Antunes, a longa-metragem vencedora do Grande Prémio e Prémio Especial do Júri da Competição Internacional. Este documentário oferece um olhar raro sobre a favela: o ponto de vista feminino. Um filme de mulheres, sobre mulheres que vivem em bairros com nome de mulher (Leidiane e Andreia vivem em “Juliana” mas a última quer mudar-se para a “Baronesa”). Segundo a realizadora: “É a mulher olhando para a mulher sem as tintas da delicadeza, do sentimental e toda aquela moldura edulcorada da tal e tradicional feminilidade”. A obra de estreia da Juliana Antunes foi galardoada em diversos festivais e considerada a melhor primeira obra de 2017 por um conjunto de 135 programadores, críticos e cineastas de todo o mundo.
A entrada é livre.
No encerramento deste Cinema MED 2018, decorre, no dia 27 de junho, das 17h00 às 21h00, no Convento Espírito Santo, um Workshop de Argumento com Vera Casaca.
Refira-se que o Cinema é uma das componentes do Festival MED, fusão de manifestações culturais que, par da World Music, assenta numas programação onde cabem também as Artes Plásticas, a Poesia, o Teatro, o Artesanato, entre outras. Toda a informação em www.festivalmed.pt