Conversamos junto ao açude do Gameiro, numa aprazível margem da ribeira de Raia, no sítio onde, há tempos, uma lontra quase veio comer à mão de José Manuel Aleixo, presidente da Associação dos Amigos da Natureza de Cabeção.
O ambientalista revela o desejo de criar vários quilómetros de trilhos surpreendentes, seguindo as levadas da barragem do Maranhão até ao Ribatejo. Fala do aparecimento de espécies invasoras como o lúcio que quase fizeram desaparecer a boga e outros peixes autóctones. Mas não esconde o contentamento com o regresso da lontra e do esquilo vermelho.
Alguns esquilos vermelhos foram vistos, depois de décadas de ausência, dentro da própria vila de Cabeção. “Há uns anos – nota o ambientalista – era quase impossível ver um íbis por estas bandas. Hoje podemos encontrá-lo em quase todas as barragens.
São muitas as acções desencadeadas pela Associação dos Amigos da Natureza de Cabeção junto das escolas. Regularmente são realizadas jornadas de combate ao jacinto de água, uma das pragas mais persistentes nos cursos de água nesta região, cada vez mais visitada por biólogos, geólogos, botânicos. Em redor de Cabeção, são vários os santuários de biodiversidade.