"Um espetáculo que não é político, mas poético, e pretende dizer `basta` às ditaduras que ameaçam voltar a implantar-se no mundo", revela Adriana Queiroz, sublinhando tratar-se de "um repertório que não integra canções de intervenção".
“Mulheres do Sul”, o novo espetáculo de Adriana Queiroz, reflete a luta das mulheres e o processo de transformação de mentalidades no período compreendido entre 1920 e 1980 nos países Ibero-Americanos. O foco do espetáculo passa, não pelo sangue derramado em prol do fim da ditadura, mas sim pelas batalhas travadas no palco, onde as armas foram canções e pelos soldados, neste caso as mulheres que, com a sua voz, ousaram um dia lutar pela libertação destes povos. Uma luta incessante, longe de estar ganha, mas que, tendo assumido hoje uma nova relevância, merece ser travada.
O repertório do espetáculo conta com 18 temas que abraçam os temas da política, da liberdade, da luta pela democracia e pelos valores democráticos. Desde o Brasil à Argentina, passando pelo México, Cuba e Chile, são vários os intérpretes e os temas que revolucionaram a sua época, pela frieza e o confronto político e social realçado. Em destaque estão as várias ditaduras militares que assombraram as populações, desde o trabalhador alienado da sociedade capitalista moderna e urbana, às tropas republicanas espanholas ou então a desilusão de uma juventude reprimida, mas que ao mesmo tempo luta por mudanças em prol da esperança.