Cenário, prenúncio, metáfora, personagem — a piscina tem sido utilizada com múltiplos significados e propósitos na história do cinema, não só pela sua natural qualidade imagética reluzente, mas principalmente pela capacidade de representar universos e emoções do nosso imaginário coletivo.
Através de piscinas públicas ou privadas, cheias ou vazias, este ciclo propõe explorar histórias que convocam a figura da piscina e a colocam no lugar de protagonista. Qual o encanto destas bacias de betão, que de alguma forma aprisionam a natureza para nosso prazer e sonho? Como é que os seus jogos de cor e luz estimulam encontros e separações, constituindo em simultâneo espaços de fantasia, alteridade e cuidado, por vezes revelando desigualdades e violências?
Apresentando uma seleção de obras desde os anos 30 à contemporaneidade e atravessando vários géneros e estéticas, do filme de artista ao musical aquático, mostramos como as piscinas são usadas no cinema, discursiva e figurativamente, transformando-se em veículos para reflexões sobre corpo, desejo, morte, comunidade, classe e ecologias.
Curadoria de Guilherme Blanc e Lídia Queirós, com apoio de Sofia Lemos Marques.