Nasceu em 1972, no mesmo ano em que um grupo de crianças, filhas e filhos de presos políticos aprendem a brincar numa colónia de férias. “A Colónia”, espetáculo em cena na Culturgest, este sábado pela última vez, é a senha para os lugares mais íntimos de um criador: “Eu confio em ti para contares a minha história”.
A memória é o grande lugar da ficção. Desta vez, a memória de crianças privadas de infância durante o Estado Novo. Depois da peça, haverá um filme, cujo guião começa agora a ser reescrito por Marco Martins. Esta é a sua dança, entre o cinema e o teatro, mas cada vez mais, o teatro. A confissão surge lá mais para o final da conversa, entre reflexões e descobertas sobre um percurso com ritmo ora sereno, ora frenético, mas sempre exigente. São várias leituras, muitas camadas.
As pessoas, a história, e a sua arte.
Marco Martins é “Pessoa para Isso”.