Reza a lenda que o skate nasceu num dia sem ondas no mar, em que os surfistas foram forçados a rumar até terra, para o asfalto da Califórnia.
Deslizando pelas ruas, ultrapassando cada novo obstáculo, o skate tornou-se uma coreografia peculiar. Move-se na superfície das nossas cidades, reclamando o espaço público em manobras ferozes que atravessam fronteiras. E guarda a emoção de vários sonhos.
Com um grupo de skaters e performers, Mette Ingvartsen explora a velocidade e a energia do movimento sobre rodas – uma memória física da sua própria juventude. Mais do que um espetáculo que cumpre a expetativa de proezas virtuosas, “Skatepark” representa a visibilidade de uma comunidade – definida pela persistência e pelo trabalho árduo dentro de uma prática contínua de pessoas que tentam, caem e ultrapassam os limites do possível, sozinhas, mas também em coletivo. Nesta viagem, o palco transforma-se num skatepark para um encontro entre um grupo de skaters e performers e várias gerações. O seu empenho continuado para se equilibrarem e saltarem, a sua interação ruidosa e os seus confrontos num espaço partilhado, formam algo mais, uma comunidade inteira com a qual podemos aprender.