Utiliza-se o termo fascista tanto para identificar um professor autoritário como um governo que impõe uma restrição de saúde pública (como o uso de máscara) ou um patrão que despede um trabalhador. Este facilitismo no uso da palavra inquieta os Mão Morta. De que falamos hoje em dia quando falamos de fascismo? Quais as suas características? Quais os seus perigos explícitos e implícitos? Qual a relação dos fascismos atuais com as democracias liberais?
Estas e outras perguntas devem inquietar-nos. É sobre elas e sobre o conceito do fascismo que pretendem debruçar-se, de forma a completar a sua abordagem artística numa conversa na companhia de Luís Trindade, diretor do Instituto de História Contemporânea, da Universidade Nova de Lisboa, que publicou, entre outros livros e artigos, O Estranho Caso do Nacionalismo Português. O Salazarismo entre a Política e a Literatura (2008) e Silêncio Aflito. A Sociedade Portuguesa Através da Música Popular (dos anos 40 aos anos 70), e Sílvia Correia, doutorada pela Universidade Nova de Lisboa, com uma tese sobre as políticas de memória da Primeira Guerra Mundial em Portugal, professora na Universidade do Porto e especialista em História Contemporânea de Portugal e da Europa, nos conflitos do século XX e seus efeitos culturais