Publicitário, escritor, 52 anos.
“Pés de Barro” é a sua estreia na ficção literária. Ou uma outra forma de “tirar picos da garganta”. A sede de contar histórias valeu-lhe o Prémio Leya 2024. Com um romance onde a construção da primeira ponte sobre o Tejo é uma passagem para as tantas margens dum país que vivia em ditadura.
A ponte e a guerra. É neste paradoxo que reside o jogo proposto ao leitor por Nuno Duarte. Como diz o velho Ângelo que aprende a desler e a quem Victor Tirapicos pede que lhe ensine a ler: “a ponte une e a guerra separa”. A ponte que sempre o fascinou, desde miúdo, quando ainda desenhava o futuro em tiras de banda desenhada. Formou-se em design gráfico, é publicitário, ganhou vários prémios a contar pequenas histórias, até se atrever na escrita literária. Ora, a construção da primeira ponte sobre o Tejo é também a sua travessia para essa margem. O gosto pela leitura e pela escrita já o acompanhavam, mas a curiosidade de perceber como se fazia, pede-nos vagar para a conversa.
Nuno Duarte é Pessoa para Isso.