Pela primeira vez em Portugal, mais de 130 fotografias e vídeos reunidos numa exposição fascinante que revela ao público uma faceta menos conhecida de um dos maiores realizadores da história do cinema.
Through a Different Lens – Stanley Kubrick Photographs, até 22 de Maio.
Com o apoio da Antena 1.
Além de ter construído uma incrível trajetória no cinema, Stanley Kubrick (1928-1999) também foi fotógrafo.
Antes de se tornar um dos realizadores mais influentes de sempre com filmes definitivos como “Shining”, “Laranja Mecânica” e “2001: Odisseia no Espaço”, o realizador trabalhou para a revista Look, uma publicação de Nova Iorque, onde construiu um fascinante portefólio fotográfico.
Kubrick chamou a atenção dos editores da revista ainda muito jovem, aos 17 anos, tornando-se o fotógrafo mais jovem da história da publicação, para a qual contribuiria entre 1945 e 1950.
Kubrick chamou a atenção dos editores da revista ainda muito jovem, aos 17 anos, tornando-se o fotógrafo mais jovem da história da publicação, para a qual contribuiria entre 1945 e 1950.
Foi nessa época que o cineasta desenvolveu o seu olhar e técnica que posteriormente o permitiria levar a experiência da fotografia para o cinema. A cinematografia e a luz dos seus filmes, o mistério e o drama das suas histórias, são elementos que começou a explorar durante os anos em que fotografava para a Look.
Durante aqueles anos, Kubrick apontaria as lentes da sua câmara para cenas e personagens da sua cidade natal, Nova Iorque, explorando temáticas que o inspirariam durante toda a sua carreira criativa e transformando-se num observador atento das interações humanas, que contaria histórias através de imagens em sequências narrativas dinâmicas e potentes.
Durante aqueles anos, Kubrick apontaria as lentes da sua câmara para cenas e personagens da sua cidade natal, Nova Iorque, explorando temáticas que o inspirariam durante toda a sua carreira criativa e transformando-se num observador atento das interações humanas, que contaria histórias através de imagens em sequências narrativas dinâmicas e potentes.
Kubrick fez mais de 135 ensaios fotográficos para a Look, enquanto aprimorava as habilidades, relacionamentos e atrevimento criativo que o levariam ao cinema.
“Acho que registar esteticamente uma ação espontânea, ao invés de cuidadosamente encenar uma imagem, é o uso mais válido e expressivo da fotografia”, afirmou numa das primeiras entrevistas que concedeu, na edição de outubro de 1948 da extinta revista The Camera.
Com curadoria de Sean Corcoran e Donald Albrecht a partir dos arquivos do Museum of the City of New York, a exposição apresenta 130 fotografias, muitas delas nunca publicadas, e 41 revistas Look.
“Acho que registar esteticamente uma ação espontânea, ao invés de cuidadosamente encenar uma imagem, é o uso mais válido e expressivo da fotografia”, afirmou numa das primeiras entrevistas que concedeu, na edição de outubro de 1948 da extinta revista The Camera.
Com curadoria de Sean Corcoran e Donald Albrecht a partir dos arquivos do Museum of the City of New York, a exposição apresenta 130 fotografias, muitas delas nunca publicadas, e 41 revistas Look.
Nestas imagens, Kubrick explorou o glamour e a coragem das pessoas nas ruas, em discotecas e em eventos desportivos, captando a essência de uma cidade em transformação após a Segunda Guerra Mundial, e o
sofrimento, a paixão e a intensidade da vida quotidiana, com um olhar sofisticado que contradizia a sua juventude e pouca experiência.
O trabalho do jovem Stanley Kubrick para a Look aguçou o seu fascínio pelas relações humanas. As suas contribuições para a revista variaram entre histórias peculiares sobre Nova Iorque e seus habitantes e perfis de celebridades e atletas, sempre investigando e expandindo as poderosas capacidades narrativas da fotografia e revelando a sua aptidão para traduzir visualmente a complexidade da vida de um indivíduo.
sofrimento, a paixão e a intensidade da vida quotidiana, com um olhar sofisticado que contradizia a sua juventude e pouca experiência.
O trabalho do jovem Stanley Kubrick para a Look aguçou o seu fascínio pelas relações humanas. As suas contribuições para a revista variaram entre histórias peculiares sobre Nova Iorque e seus habitantes e perfis de celebridades e atletas, sempre investigando e expandindo as poderosas capacidades narrativas da fotografia e revelando a sua aptidão para traduzir visualmente a complexidade da vida de um indivíduo.
Os visitantes poderão ver, por exemplo, fotografias da primeira grande reportagem que realizou para a Look, “Life and Love on the New York Subway”, originalmente publicadas em março de 1947.
A sua experiência como fotojornalista também lhe ofereceu a oportunidade de explorar diferentes estilos artísticos e refinar as suas habilidades de enquadramento, composição e iluminação. Kubrick emulou frequentemente a estética dos filmes noir de Hollywood, indo em contracorrente ao naturalismo típico do fotojornalismo da época.
A sua experiência como fotojornalista também lhe ofereceu a oportunidade de explorar diferentes estilos artísticos e refinar as suas habilidades de enquadramento, composição e iluminação. Kubrick emulou frequentemente a estética dos filmes noir de Hollywood, indo em contracorrente ao naturalismo típico do fotojornalismo da época.
Muitas das suas fotografias prenunciam o estilo que ele adotaria nos seus primeiros filmes, como Killer’s Kiss e Um Roubo no Hipódromo.
Numa passagem do documentário Kubrick by Kubrick do cineasta Gregory Monro lançado em 2020, o crítico de cinema e autor francês Michel Ciment, um dos poucos a conseguir entrevistar o realizador, afirma que “como todos os grandes cineastas, ele possui o sentido do espaço e o sentido do tempo. Ou seja, é preciso saber compor a imagem – é a arte da fotografia”.
“Through a Different Lens – Stanley Kubrick Photographs” revela a visão de um génio criativo em ascensão. Ao ver as fotografias, temos um vislumbre de em quem o jovem fotógrafo eventualmente se tornaria. Kubrick deixou a revista em 1950, aos 22 anos, quando começou a fazer curtas-metragens. Em 1953 realizou a sua primeira longa-metragem, “Medo e Desejo”. Com “Spartacus”, de 1960, tornou-se uma estrela e um cineasta aclamado pelo público e pela crítica. A este seguiram-se clássicos como “Lolita”, de 1962, e “Dr. Estranhoamor”, de 1964. O seu último filme, “De Olhos Bem Fechados”, de 1999, foi terminado no ano em que faleceu, aos 70 anos.
Numa passagem do documentário Kubrick by Kubrick do cineasta Gregory Monro lançado em 2020, o crítico de cinema e autor francês Michel Ciment, um dos poucos a conseguir entrevistar o realizador, afirma que “como todos os grandes cineastas, ele possui o sentido do espaço e o sentido do tempo. Ou seja, é preciso saber compor a imagem – é a arte da fotografia”.
“Through a Different Lens – Stanley Kubrick Photographs” revela a visão de um génio criativo em ascensão. Ao ver as fotografias, temos um vislumbre de em quem o jovem fotógrafo eventualmente se tornaria. Kubrick deixou a revista em 1950, aos 22 anos, quando começou a fazer curtas-metragens. Em 1953 realizou a sua primeira longa-metragem, “Medo e Desejo”. Com “Spartacus”, de 1960, tornou-se uma estrela e um cineasta aclamado pelo público e pela crítica. A este seguiram-se clássicos como “Lolita”, de 1962, e “Dr. Estranhoamor”, de 1964. O seu último filme, “De Olhos Bem Fechados”, de 1999, foi terminado no ano em que faleceu, aos 70 anos.